
A cidade de Manaus deu o primeiro passo para criar a Bolsa de Créditos de Carbono da Amazônia, projeto inédito no Brasil que pretende transformar a capital amazonense em um hub climático do Hemisfério Sul. A iniciativa conta com o apoio do Banco Mundial e tem meta de captar US$ 500 milhões até 2028.
Em entrevista à CNN nesta sábado (1), o prefeito David Almeida, disse que o projeto busca monetizar o potencial ambiental da cidade, que é uma das capitais com maior área preservada do país. “Em parceria com o Banco Mundial, nós estamos buscando fazer a verificação desses créditos para poder fazer posteriormente a monetização. […] A nossa capacidade, na verdade, é até 2028 chegarmos a 500 milhões de dólares, dada a quantidade de área preservada e de ações que nós estamos fazendo”.
A proposta integra o Plano Municipal de Bioeconomia, previsto para ser lançado em 2026, e deve reunir iniciativas de reflorestamento, saneamento, reciclagem, eficiência energética e mobilidade de baixo carbono. A ideia é conectar projetos amazônicos com o mercado internacional de créditos verdes.
Além de atrair investimentos, a prefeitura aposta em tecnologia para monitorar a floresta e o clima urbano. Para o prefeito, “nós estamos usando a tecnologia de drones avançados para que a gente possa fazer o monitoramento de queimadas na cidade. […] Esse ano praticamente zerou o número de queimadas em Manaus, bem diferente daquilo que a gente via em anos anteriores”, afirmou o prefeito.
O projeto também tem uma vertente social, com regularização de terras e incentivo à bioeconomia local.
Com apoio internacional e o avanço da regulamentação do mercado de carbono no Brasil, Manaus tenta provar que quem preserva pode prosperar — e que a floresta em pé pode ser a base de uma nova economia verde na Amazônia.


