
Manaus já registrou 33 casos confirmados de Mpox, também conhecida como varíola dos macacos (monkeypox), em 2025. Todos os diagnósticos até o momento foram registrados em pacientes do sexo masculino.
A doença foi a responsável pela morte do cantor de forró Gutto Xibatada, de 39 anos. O falecimento foi confirmado pela Prefeitura de Belém e, segundo familiares, ocorreu na última terça-feira, 22 de abril, no estado do Pará.
A médica infectologista Drª Nilcéia Mota Marques explicou quais são os principais sintomas da Mpox e destacou que a doença pode ser confundida com outras infecções virais, como gonorreia e sífilis, por apresentarem sintomas semelhantes.
“O principal sintoma da doença Mpox é a erupção na pele, semelhante a bolhas ou feridas, que podem durar de duas até quatro semanas. Se você apresentar sintomas compatíveis com a doença, procure imediatamente um posto de saúde, pois existem outras doenças com infecções bacterianas da pele. Dentre elas, gonorreia, sífilis e linfogranuloma venéreo, podem indicar essas doenças sexualmente transmissíveis”, afirmou a infectologista.
Principais sintomas
Segundo a especialista, os sintomas começam com quadros de febre, acompanhados de dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e desânimo. Os sintomas podem apresentar uma progressão rápida com as lesões na pele
“Essas lesões na pele evoluem de manchas para bolhas e crostas. Em casos mais graves, a doença pode levar a infecções secundárias, sendo progressiva, como pneumonia, encefalite que é uma inflamação do cérebro, e, em pessoas que têm a imunidade comprometida, pode sim haver complicações fatais”, afirmou ela.
Perfil dos pacientes
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), no Amazonas, a faixa etária mais atingida é a de 30 a 39 anos, com 20 casos (60,6%).
Em seguida, estão os grupos de 20 a 29 anos, com oito casos (24,2%), e de 40 a 49 anos, com cinco casos (15,2%), todos em homens. Em 2024, foram registrados 78 casos confirmados, o que representa um redução de 56% nos casos de mpox para este ano.
A infectologista destaca que as pessoas mais vulneráveis são, principalmente, mulheres grávidas, crianças e pessoas com doenças pré-existentes.
“São considerados grupos vulneráveis, de acordo com as evidências científicas disponíveis até o momento, as gestantes, as crianças e as pessoas imunocomprometidas, ou seja, aquelas que estão em tratamento para câncer, que fizeram algum transplante ou que portam o vírus do HIV”, destacou ela.
Medidas de prevenção
Com o aumento no número de casos, especialistas reforçam a importância de medidas preventivas para conter a disseminação do vírus:
“O contágio pode acontecer por contato próximo e prolongado, principalmente em relação sexual, beijo e contato com a pele lesionada, por isso evite. Os fluídos corporais, como pus, sangue e saliva da pessoa doente, também podem transmitir”, afirma ela.
As orientações preventivas incluem:
- Evitar contato direto com lesões, erupções cutâneas, crostas ou fluidos corporais de pessoas infectadas;
- Lavar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool em gel;
- Praticar sexo seguro, com o uso de preservativos;
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar;
- Usar máscaras em locais fechados ou com pouca ventilação;
- Manter boa higiene pessoal, incluindo a limpeza de objetos de uso individual.
A FVS reforça que, em caso de suspeita da doença, as pessoas devem procurar atendimento médico imediatamente e seguir as orientações de isolamento para evitar a disseminação do vírus.