O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote de corte de gastos do governo Lula, na noite de ontem (27), mas o mercado considerou insuficientes as medidas e o reflexo foi a disparada do dólar, que por pouco não atingiu o valor de R$ 6,00 nesta quinta-feira (28), assim que abriram as negociações do câmbio.
O governo anunciou que pretende instituir uma alíquota de 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano.
Além disso, quer limitar as deduções na área de saúde no Imposto de Renda para quem recebe até R$ 20 mil por mês. O objetivo é compensar as perdas de R$ 35 bilhões com a ampliação do limite de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) para até R$ 5 mil, que deve começar a valer a partir de 2026.
Segundo o governo, hoje, a alíquota efetiva para os 1% mais ricos é de 4,2%. Já os 0,01% mais ricos pagam 1,75% de Imposto de Renda.
“Pessoas que hoje têm renda e não pagam imposto. Uma renda superior a R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano, vão passar a pagar o mínimo. Alugueis, salários, dividendos, juros. Vai somar o que recebeu, e vai calcular 10% desse valor em todas rubricas”, afirmou Haddad.
Segundo ele, as deduções do do IR por razão de saúde serão limitadas a até quem ganha R$ 20 mil por mês. O formato das deduções não será alterado.
De acordo com dados da Secretaria da Receita Federal, a estimativa de renúncia fiscal, ou seja, recursos que o governo deixa de arrecadar com despesas médicas é de R$ 27,83 bilhões neste ano.