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Muzema: prefeitura diz que obra era irregular e admite ‘área dominada por milícia

Gestão de Marcelo Crivella alega que construção estava embargada e cita paramilitares como dificuldade para atuar na região .

A Prefeitura do Rio de Janeiro, em nota divulgada nesta sexta-feira, 12, afirmou que os dois prédios que desabaram na comunidade da Muzema, na Zona Oeste, eram “construções irregulares, não autorizadas pelos órgãos fiscalizadores”. A administração municipal também diz que as obras foram embargadas em novembro.

Já foram confirmadas ao menos duas vítimas fatais e outras cinco feridas. As equipes de resgate trabalham com uma lista de 17 desaparecidos.

O documento da gestão de Marcelo Crivella (PRB) admite, na sequência, um ponto central da questão: Muzema é “área dominada pela milícia“. “Por se tratar de área dominada por milícia, os técnicos da fiscalização municipal necessitam de apoio da Polícia Militar para realizar operações no local”, diz o texto.

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Um mês depois do embargo alegado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) expediu uma recomendação a Crivella para que desse fim à ocupação irregular de terras na Muzema, apontando que as decisões eram insuficientes e vinham sendo constantemente ignoradas na região.

“O município do Rio foi acionado pelo MPRJ desde a fase inicial das atividades, mas ao longo dos anos se limitou a expedir notificações e embargos às obras, mas as medidas foram descumpridas pelos invasores”, afirmou o órgão, em nota divulgada no final do ano passado.

De acordo a Prefeitura, a Lei de Zoneamento Urbano do Rio de Janeiro permite na região “apenas construções unifamiliares”. “Na Muzema, as construções não obedecem aos parâmetros de edificações estabelecidos, como afastamento frontal, gabarito, ocupação, número de unidades e de vagas.”

Veja quem são as vítimas da queda dos prédios na Muzema, Rio. Feridos foram levados para hospitais públicos e particulares.

A queda de dois prédios na Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (12), matou três pessoas e deixou pelo menos oito feridos.

Mortos:

Um homem adulto ainda não identificado

Um menor de idade ainda não identificado

Cláudio Rodrigues, de 40 anos – era pastor, vice-presidente de associação de moradores e morreu no Hospital Unimed. Sua mulher Adilma e a filha Clara estão internadas. A família tinha se mudado para a cobertura do prédio que desabou na última sexta-feira. Segundo Bruno, sobrinho do Claudio, o pastor trabalhou todos os dias de madrugada durante a chuva limpando as ruas e ajudando os vizinhos.

Feridos:

Luciano Paulo dos Santos, 38 anos – Escoriações múltiplas – Hospital Lourenço Jorge.

Adilma Rodrigues, 35 anos – Trauma no abdômen – Hospital Lourenço Jorge.

Clara Rodrigues, 10 anos – Ferimentos não informados pela unidade – Hospital Unimed-Rio. Já teve alta, segundo parentes.

Evaldo Vieira Silva, 46 anos – Socorrido de helicóptero para o Hospital Miguel Couto.

Carolina Ferreira Andrade – Socorrida de helicóptero para o Hospital Miguel Couto.

Raimundo Nonato Ferreira Gomes, de 41 anos. Tem escoriações na cabeça e queixo, foi internado no Lourenço Jorge

Mulher adulta identificada como Paloma Paes Leme

Rafael Paes Leme, de 4 anos, filho de Paloma

Por Guilherme Venaglia

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