O Amazonas tem 48 mil jovens de 18 a 24 anos desempregados, com taxa de 15%, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, com dados do 2º trimestre de 2024.
A taxa média de desemprego nessa faixa etária no Brasil foi de 14,3% no 2º trimestre. As informações são do site Poder360.com.br.
A média de desocupação no Brasil estava em queda até o trimestre de abril a junho. Atingiu 6,9%, o menor nível de desocupação para o período desde 2014. Apesar disso, os jovens têm uma realidade diferente no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego entre os jovens era maior no 1º trimestre (16,8%). Apesar da queda, ainda é maior que o dobro da média nacional (6,9%). Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram 14 Estados e o Distrito Federal com a taxa acima dessa média (14,3%).
O desemprego entre jovens brasileiros está acima de 20% em 4 Estados: Rio de Janeiro (24,5%), Pernambuco (23,6%), Amapá (21,8%) e Bahia (20,2%) têm as maiores taxas. Outros 12 Estados têm níveis menores que a média para jovens, com destaque para Rondônia (6,4%), Santa Catarina (5,9%) e Mato Grosso (5,8%).
Segundo o IBGE, o Brasil tinha 2,2 milhões de pessoas de 18 a 24 anos que procuravam emprego no 2º trimestre. A maioria está no Sudeste: 907 mil –é região mais populosa do país.
Subutilização
A taxa de subutilização é maior no Nordeste. São 5 os Estados que têm níveis acima de 40% de subutilizados, todos são nordestinos. Essa fatia soma os desempregados, os que trabalham menos que gostariam e os que não procuram emprego, apesar de quererem um.
Os 5 Estados são: Piauí (45,7%), Pernambuco (42,3%), Bahia (42,1%), Alagoas (41,6%) e Sergipe (41,2%). Do lado de baixo da tabela estão: Santa Catarina (9,1%), Mato Grosso (11,3%), Rondônia (12%), Mato Grosso do Sul (14,8%) e Espírito Santo (15,1%).
A renda média mensal de jovens de 18 a 24 anos com o trabalho principal era de R$ 1.741 no Brasil no 2º trimestre.
A média nacional de todas as idades era de R$ 3.113 no período. Segundo o IBGE, há 9 unidades da Federação com o rendimento menor que o salário mínimo R$ 1.412.
A população fora da força de trabalho – que não estava ocupada e nem desocupada na semana que foi feita a pesquisa– subiu do 1º trimestre de 2020, antes da pandemia de covid-19, ao 2º trimestre de 2024. Passou de 63,1 milhões para 66,7 milhões no período, alta de 5,7%.
Ao restringir a população de 14 a 24 anos, o contingente no Brasil diminuiu 4%, de 17,4 milhões para 16,7 milhões. Os dados indicam que mais jovens que não estavam procurando emprego passaram a buscar espaço no mercado de trabalho.
“Embora tenha no geral menos gente procurando emprego, há, entre o público jovem, mais pessoas procurando emprego hoje do que tinha antes da pandemia. Ou seja, é como se o jovem estivesse saindo mais de casa”, declarou o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes.
Bentes citou dados da diminuição da população que está fora da força de trabalho entre os jovens em alguns Estados do 1º trimestre de 2020 ao 2º trimestre de 2024:
Distrito Federal: -18%;
Paraíba: -14%;
Pernambuco: -9%:
Rio de Janeiro: -9%;
Amapá: -6%.
“Há maior busca por emprego por parte de jovens e uma busca mais intensa nesses Estados que encabeçam a lista de desemprego. Essa turma que está procurando e não está encontrando faz com que a taxa de desemprego, por exemplo, no Rio de Janeiro, chegue a quase 25%”, declarou.
Segundo o economista, a taxa de desocupação entre os jovens é historicamente maior no Brasil e no mundo. O motivo: uma pessoa que viveu menos tem menos chance de acumular qualificação que um trabalhador mais velho.
“A experiência sempre conta no mercado de trabalho. Mesmo em momento em que a economia está bem sempre se observa um desemprego maior entre os trabalhos mais jovens”, declarou.
André Mancha, gerente da Iniciativa de Empregos e Oportunidades Brasil (JOI Brasil) no J-PAL LAC, disse que entre pessoas de 25 a 29 anos a taxa de desocupação cai pela metade. “É um indicador de que, quando as pessoas vão ficando mais velhas, acabam tendo mais facilidade de ingressar no mercado de trabalho”, declarou.
Outro tema de destaque é a escolaridade. Pessoas com ensino médio incompleto têm taxa de desemprego em 11,5% ao considerar todas as idades no 2º trimestre. O nível cai para 3,6% para indivíduos com ensino superior completo, que são mais velhos.
“O jovem enfrenta dificuldade, mas o jovem com baixa educação enfrenta ainda mais dificuldades. É muito importante para as políticas públicas que os jovens de 18 a 24 anos consigam concluir o ensino médio e, se possível, se qualificar ainda mais –seja em nível técnico ou superior”, disse.
Mancha declarou que, mesmo quando há uma qualificação, o 1º emprego do jovem é muito difícil, porque a contratação no mercado competitivo “tem priorizado pessoa que tem experiência”.