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Pazuello culpa o Amazonas por colapso de oxigênio

Ex-ministro afirmou que administração local não se atentou à falta de oxigênio e ainda fechou hospital de campanha em Manaus. Secretaria de Saúde do AM desmente.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse à CPI da Covid nesta quinta-feira (20) que, na opinião dele, a responsabilidade pela falta de oxigênio hospitalar em Manaus foi da empresa fornecedora, White Martins, e da Secretaria de Saúde do estado.

“Então a empresa White Martins, que é a grande fornecedora, somada à produção da Carbox, que é uma empresa menor, já vinha consumindo sua reserva estratégica e não fez essa posição de uma forma clara desde inicio. Começa aí a primeira posição de responsabilidade”, afirmou o ex-ministro.

“O contraponto disso é o acompanhamento da Secretaria de Saúde, que se tivesse acompanhado de perto, teria descoberto que estava sendo consumido uma reserva estratégica. Vejo aí duas responsabilidades muito claras”, completou Pazuello.

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Falta de oxigênio – Manaus foi uma das capitais que mais sofreram na pandemia. No início da segunda onda, entre o fim em janeiro de 2021, a cidade registrou o colapso do sistema da sáude, com falta de oxigênio hospitalar e filas nas UTIs. As mortes por Covid dispararam, e o Ministério Público de Contas aponta pelo menos 31 mortes por falta de oxigênio hospitalar.

Pazuello disse que quando chegou junto com a equipe do Ministério da Saúde, no início da janeiro, começou a ter conhecimento do problema. Segundo ele, a pasta foi “proativa” a partir do momento que soube da falta de oxigênio.

“Até no momento que o Ministério da Saúde, o gabinete do ministro, com seus secretários chegaram a Manaus, e nós passamos a dividir ali naquele momento a compreensão do problema. No dia 10 a noite e no dia 11 começamos a agir acionando tudo o que tinha que acionar. Eu volto a dizer para o senhor, da nossa parte nós fomos muito proativos no momento em que tomamos conhecimento”, disse Pazuello.

Secretaria de Saúde do AM desmente

A Secretaria de Saúde do Amazonas comunicou o Ministério da Saúde sobre a iminente falta de oxigênio no estado no dia 7 de janeiro, oito dias antes do colapso nos hospitais. Segundo o órgão, “a comunicação foi feita por telefone ao ministro Eduardo Pazuello”.

A informação desmente o que foi dito por Pazuello em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (19). Ele disse que tomou conhecimento dos riscos de desabastecimento no dia 10 de janeiro, à noite, em reunião com o governador Wilson Lima e o secretário de Saúde.

“Não alertaram [antes], apenas no dia 10 à noite, pessoalmente. Eu acredito que as medidas possíveis a partir do dia 10 foram executadas, todas executadas”, disse o ministro à CPI.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, disse que, em depoimento à Polícia Federal, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, afirmou ter avisado Pazuello da falta de oxigênio no dia 7. Essa fala está registrada no depoimento de Campelo à PF.

Datas

A CPI tenta confirmar com Pazuello o dia em que o ex-ministro foi avisado sobre falta de oxigênio em Manaus. Na primeira parte do depoimento, na quarta-feira (19), Pazuello disse inicialmente que só foi informado pelas autoridades locais no dia 10 de janeiro. Depois, ele disse que no dia 7 a secretaria de Saúde pediu ajuda para buscar o insumo em Belém.

Em depoimento à Polícia Federal, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, afirmou ter avisado Pazuello da falta de oxigênio no dia 7.

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