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Pirataria: atividade criminosa movimenta cerca de US$522 bilhões

*Augusto Bernardo Cecílio

Sabemos que na atualidade a pirataria é a atividade que mais cresce no mundo. Segundo a Organização Internacional de Polícia Criminal, mundialmente conhecida pela sua sigla Interpol, organização internacional que ajuda na cooperação de polícias de diferentes países, esta atividade criminosa movimenta cerca de US$ 522 bilhões, contra US$ 360 bilhões do tráfico de entorpecentes. Portanto, para ser pior do que as drogas, só algo bem ruim mesmo, pois ela vai desde os inocentes CD’s e DVD’s até a peças de aeronaves.

Segundo Glauco Terra, da Receita Federal do Brasil, calcula-se que 520 mil partes de aviões são pirateadas por ano, além de software’s, óculos, perfumes, relógios, jogos eletrônicos, roupas, livros, calçados, peças para carros, entre outros produtos, além da biopirataria.

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Os remédios pirateados demonstram que a ninguém é dado o direito de “passar a mão” na cabeça de quem exerce essa prática, muito menos de amenizar as ações repressivas – que devem ser mais ostensivas e frequentes – pois brincam com a vida em busca de lucros. Para ilustrar, cerca de 10% dos remédios comprados em farmácias e 14% dos comprados via internet são pirateados, podendo chegar a 60% em alguns países em desenvolvimento. Em alguns países foram apreendidas pastas de dentes contendo um solvente letal chamado dietilenoglicol, usado ilegalmente no lugar da glicerina.

É interessante e triste que grande parte da sociedade brasileira encara isso com naturalidade. A pirataria já passou a fazer parte do cotidiano, numa completa inversão de valores, como se fosse uma coisa banal ou normal. A compra de produtos no mercado informal já faz parte da rotina do brasileiro, que usa alegações como preços inacessíveis e desinteressantes ao público, bem como o fato do pai de família estar vendendo algo para sobreviver.

Os argumentos deverão ser usados para direcionar governo, indústria, inventores e comércio a encontrar um meio de ajustar custos operacionais e preços finais, a fim de tornar ineficaz a prática da pirataria, como alguns artistas já fazem, vendendo CD’s e DVD’s a preços populares.

Mas sabemos que a pirataria vai além destes produtos, que se espalham por todas as capitais do Brasil, invadindo as pequenas cidades, com exposições até em frente a órgãos fiscalizadores e/ou repressores. Ela está institucionalizada em nosso país, mesmo com investigações apontando para uma relação íntima com o crime organizado.

A maioria dos “inocentes” DVD’s é produzida por organizações que trabalham com remédios falsificados, tráfico de mulheres e de entorpecentes, envolvendo também tráfico de armas, assaltos, terrorismo, venda de lixo tóxico para países pobres, além de estarem ligadas à exploração infantil, pois se estima que cerca de 250 milhões de crianças trabalham em condições desumanas em todo o mundo.

E tudo isso faz do usuário de produtos pirateados um belo e importante financiador do crime, contribuindo, também para enfraquecer a economia do país e promover o desemprego de milhões de pessoas que trabalhavam com carteira assinada.

Por fim, conheça os sete pecados da pirataria: gera desemprego; sonega impostos; prejudica a economia nacional; engana o consumidor e prejudica sua saúde; rouba ideias e invenções; pratica a concorrência desleal e alimenta o crime organizado.

*Autor do Livro Outros Olhares sobre a Educação Fiscal

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