O delegado Mauro Guimarães Soares, de 59 anos, morreu no sábado (21) vítima de um latrocínio na Vila Romana, no distrito Lapa, na Zona Oeste de São Paulo. Ele estava caminhando pela Rua Caio Graco com a esposa, também policial, quando foi abordado por dois homens, que anunciaram o assalto. Depois de uma troca de tiros, Soares acabou sendo baleado no peito e não resistiu.
Um dos investigados foi identificado como Enzo Campos, de 24 anos, que também foi atingido e está internado no Hospital Universitário da USP. O assaltante já está detido pela polícia. O outro, que ainda não teve o nome revelado, seguia foragido até ao menos a noite deste sábado.
O caso foi registrado como latrocínio no 91° Distrito Policial (Ceasa) e é investigado pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic), informou a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
As imagens mostram um homem parando uma motocicleta atrás de uma van. Quando o casal se aproxima, o motociclista vai em direção à calçada e aparenta anunciar o assalto. Na sequência, há disparos. O delegado e o assaltante ficam no chão.
Ana Paula, então, remove a arma do bandido e busca imobilizá-lo. De acordo com testemunhas, a policial disparou alguns tiros no chão para evitar que o criminoso fugisse. O intuito da dupla seria roubar uma correntinha de ouro do delegado.
Mauro Guimarães Soares integrava o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele veio de uma tradicional família de policiais de São Paulo, e esteve à frente de delegacias da Região Metropolitana de São Paulo, entre elas Osasco, Carapicuíba e Barueri. Ele atuou ainda no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.
Em 2021, assumiu como delegado seccional de Sorocaba, interior de São Paulo, e esteve no comando de 18 cidades da região. Seu irmão, o delegado Maurício Guimarães, foi diretor do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Os dois são filhos do delegado Acrisio Soares, da cúpula da Polícia Civil nos anos 80.
Um dos assaltantes foi identificado pela Polícia Civil. Ele tem 24 anos e se chama Enzo Wagner Lima Campos. Natural de São Paulo, ele já foi condenado por organização criminosa e acusado de roubo, violência doméstica e receptação.
Em 28 de agosto de 2020, Enzo foi sentenciado a 7 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado. Ele cumpria pena quando a Justiça decidiu conceder-lhe uma prisão domiciliar. Ele tinha a obrigação de se recolher à noite em casa e não podia deixar a cidade sem avisar a Justiça.
O comparsa de Enzo não teve a identidade revelada. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, ele segue foragido e diligências policiais com apoio da Rota estão sendo realizadas para localizá-lo.