A Polícia Civil do Amazonas, do Rio e São Paulo, desarticularam um esquema que movimentava milhões em dinheiro e armas entre as filiais do Comando Vermelho e PCC, e alimentava o tráfico internacional de drogas a partir da tríplice fronteira do Brasil com o Peru e Colômbia.
A operação integrada dá um duro golpe no esquema criminoso que tinha um fluxo de mais de 126 milhões por meio de empresas de fachada, usadas para lavar o dinheiro da compra de armas e drogas da rota que entrava no Brasil pela rota do Rio Solimões, na cidade de Tabatinga, a mais de mil quilômetros de Manaus.
Cerca de 60 policiais amazonense participaram da operação de hoje, 30 em São Paulo e mais de 400 no Rio. Foram cumpridos mais de 30 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão. Vinte e dois no Amazonas – 17 de busca e cinco de prisão, respectivamente.
No total, foram feitas 45 prisões no Amazonas – 34 em seis municípios do interior(quatro adultos e dois menores) -, duas no Rio de Janeiro e três em São Paulo. Em Manaus foi preso “Marcelão Jogador”, apontado pela polícia com o coordenador dos ataques no Amazonas, em 6 de junho.
O levantamento da polícia carioca e amazonense identificou empresas de transporte e de alimentos atuando como “laranjas” das organizações criminosas. Elas elas eram responsáveis pelo fluxo de ida e vinda de dinheiro remetidos para a fronteira.
“Objetivo das investigações era identificar lavagem de dinheiro do Comando Vermelho vinculado ao Amazonas e remetidos para a triplice fronteira”, informou o delegado da Polícia Civil do Rio, Gabriel Polava, que está em Manaus.
As investigações ocorreram simultâneamente. A do Rio procurava identificar a movimentação financeira do CV para Manaus e do Departamento de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do Amazonas (DRCO), em Manaus, a relação com os ataques deste mês.
“O fluxo de recursos financeiros remetidos por empresas de fachada para fortalecer o tráfico internacional coincindiu com a nossa investigação e reuniu esforços”, disse o delegado-adjunto do DRCO, Rafael Guevara.
Foram apreendidos carros de luxo, alguns blindados, e quebrados os sigilos fiscais e bancários dessas empresas, que a polícia não revelou os nomes na coletiva de imprensa realizada hoje pela manhã, no Centro Integrado de Comando e Controle do Amazonas, em Manaus.
“Prendemos todos os envolvidos. Eles vão pagar pelos seus crimes com o rigor da lei”, disse o governador do Amazonas, Wilson Lima, para os jornalistas.
Segundo ele, no ano passado, foram apreendidos 19 toneladas de entorpecentes e este ano 11 toneladas. Toda a droga vinda de municípios próximos a fronteira com a Colômbia e o Peru.
O governador citou ainda que o Estado tem investido para neutralizar essa rota do tráfico internacional no Rio Solimões com a compra de lanchas blindadas e da entrada em operação da Base Fluvial Arpão, baseada na região do Médio Solimões, no município de Coari.
“Foram duas semanas de operação com o apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público para prender essas pessoas e que elas possam permanecer presas”, afirmou o secretário de Segurança do Amazonas, Louismar Bonates.