Preso pela morte do ex-sargento da Polícia Militar, Elizeu da Paz de Souza, Mayc Vinicius Teixeira Parede, de 42 anos, ficou em silêncio no interrogatório da Polícia Civil.
A delegada Marília Campello, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, disse em entrevista coletiva que Mayc se negou a falar o motivo e que a arma usada para atirar em Elizeu era do ex-PM.
Mayc e Elizeu são réus por envolvimento na morte do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, ocorrida em setembro de 2019. Elizeu foi baleado em um carro na madrugada de segunda-feira (4). Ele não resistiu ao tiro na cabeça e morreu no Hospital João Lúcio. A Justiça concedeu prisão domiciliar a Elizeu em 12 de novembro de 2021.
Marília Campello disse que Mayc afirmou que só irá falar em juízo. “No interrogatório, hoje, ele se reservou o direito de permanecer em silêncio. Afirmou, na companhia dos advogados dele, que falará somente em juízo, que é o direito dele”, disse Marília.
A delegada disse que foram coletadas imagens em que Elizeu e Mayc aparecem antes de embarcar em um carro de transporte por aplicativo. Marília Campello disse que os suspeitos estavam sob efeito de bebida alcoólica e que Mayc Vinícius estava com a arma de Elizeu da Paz. O ex-policial confiava em Mayc por serem amigos de longas datas. Mayc negou ter atirado no ex-PM, disse a delegada.
“Nas imagens aparece claramente que o Elizeu da Paz estava sob o efeito de álcool, meio que cambaleando. O Mayc Vinicius, que é o suspeito, estava portando a arma do Elizeu na cintura. É possível a gente verificar pelas imagens que ele porta esse armamento. Segundo a filha dessa vítima, Elizeu confiava muito no Mayc, eles tinham amizade de longos anos e que quando ele estava em estado alto de embriagues, ele confiava a arma dele ao Mayc, que foi o que aconteceu naquele dia”, disse a delegada.
O motorista de aplicativo disse que a corrida durou menos de 2 minutos. A delegada disse que no carro Elizeu estava falando bastante e Mayc permaneceu em silêncio durante o percurso. O motorista disse que ao ouvir o barulho do tiro, se deparou com Elizeu baleado.
“Ele [motorista de aplicativo] fala que a corrida durou menos de 2 minutos […] a vítima senta no banco da frente do passageiro, o Mayc senta exatamente atrás do Elizeu. O Elizeu está bastante falante, o Mayc está calado de cabeça baixa, e 1 minuto e pouco depois que a corrida se inicia, ele [motorista] ouve um estampido, vira para o passageiro para falar que achava que o pneu tinha estourado. Ele já nota a vítima com a cabeça para o lado dele e sangrando bastante. Nesse momento ele diz que o Mayc fala ‘me deixa aqui, me deixa aqui’. Ele para o carro assustado e o Mayc sai correndo”, relatou a delegada.
Marília Campello disse que Mayc sai correndo com a arma e durante a fuga, ele joga a camisa dele para um terreno e a arma do crime, que ainda não foi encontrada.
Segundo a delegada, uma testemunha ouvida relatou que alguns meses atrás Elizeu da Paz e Mayc Vinícius brigaram e que a briga pode ser a motivação do crime.
“Uma outra testemunha ouvida relata uma recente briga, discussão, uma desavença, na verdade, que deixou suspeito e vítima por alguns meses afastados, embora sejam muitos amigos, uma amizade de extrema confiança. Ela relata que meses atrás eles dois haviam brigado mesmo de fato e que estariam sem se falar já algum tempo e retornam a pouco tempo essa amizade”, disse a delegada.
Marília informou também que o motorista do aplicativo disse que a corrida foi solicitada pela filha de Elizeu e que dentro do veículo não houve nenhuma desavença entre Mayc e Elizeu.
A delegada disse que ainda não pode afirmar que o crime foi premeditado por Mayc. A prisão de Mayc Vinícius é preventiva e foi expedida nesta segunda-feira (4).