Os professores da rede estadual do Amazonas rejeitaram a proposta do governo do estado para suspender a greve como condição para negociar o reajuste salarial da categoria. A situação ficou ainda mais tensa após o Executivo amazonense anunciar que vai descontar os dias dos faltosos.
Na manhã desta quarta-feira (24), eles protestaram contra a posição do governo na frente da Assembleia Legislativa do Estado, chegando a fechar o trânsito na Avenida Mário Ypiranga, Zona Centro-Sul da cidade. Parte dos professores chegou a entrar no plenário. Sem acordo, a paralisação completou uma semana hoje.
“Não houve nem negociação. Aqueles 8% foi uma indicação para iniciar a negociação da categoria em relação aos 25% [reivindicação dos trabalhadores]”, disse a presidente do Sinteam, Ana Cristina Pereira Rodrigues.
“Os trabalhadores em educação continuarão em greve e é preciso que o governador do Estado seja de fato um político e venha conversar conosco”, afirmou.
“Vale ressaltar que esses 8% não foi proposta do governo, foi nós, os trabalhadores, que lançamos para ver se chegava aos 25%. Os trabalhadores da educação têm uma defasagem salarial acima de 20% e não podem aceitar menos porque o nosso salário, a nossa qualidade de vida, já estão comprometidos”, disse Ana Cristina.
Segundo ela, a greve tem adesão de 70% dos professores em Manaus e no interior. “Mesmo com a pressão dos gestores para anotar a nossa falta, os trabalhadores estão dando essa resposta na rua. O trabalhador em educação é um guerreiro e uma guerreira forte que luta pelos seus direitos”, disse.
Negociações
Nesta terça-feira (23), o governo estadual informou que suspendeu as negociações com o Sinteam, e que só vai retomar o diálogo com a categoria quando a greve for suspensa.“A greve é uma ação considerada ilegal pela Justiça do Amazonas, com multa diária no valor de R$ 30 mil, e que tem prejudicado milhares de estudantes”, comunicou o governo, em nota.
Asprom entra na justiça para também negociar reajuste
A Asprom (Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas de Manaus) recorreu à Justiça para participar das negociações sobre o reajuste salarial de servidores estaduais da educação.
A Asprom afirma que, mesmo não tendo aderido à greve, continua a representar os servidores estaduais de Manaus. A entidade afirmou que foi impedida de participar de reunião na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Amazonas na última quinta-feira (18).
O encontro teve apenas a participação de representantes do Sinteam e da Avamseg (Administrativos).
A paralisação encabeçada pelo Sinteam foi proibida pelo desembargador Domingos Chalub, em resposta a uma ação do Governo do Amazonas. Mesmo com a ordem judicial, os trabalhadores mantiveram a paralisação em Manaus e no interior do estado, mesmo com multa diária de R$ 30 mil imposta pela Justiça.
Uma nova rodada de negociações está prevista para esta quinta-feira (25), na Assembleia Legislativa do Amazonas. A Asprom quer que a Justiça reconheça o direito dela de participar das discussões e impeça os deputados da Comissão de Educação e representantes do Governo do Amazonas de barrarem a inclusão dela nas negociações.