Segundo a empresa, o insumo não é ofertado a preços que viabilizem essa alternativa.

A Refinaria da Amazônia (Ream) — privatizada em 2022 e atualmente controlada pelo Grupo Atem — admitiu em nota que não está utilizando o petróleo extraído da Bacia de Urucu, no município de Coari (AM), como matéria-prima para suas operações em Manaus. Segundo a empresa, o insumo não é ofertado a preços que viabilizem essa alternativa, o que a teria levado a optar por outras fontes de suprimento, inclusive importações.
A Refinaria da Amazônia (Ream) rebateu o relatório do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP) e disse que tem total interesse em adquirir o petróleo produzido em Urucu para fortalecer o abastecimento regional.
Segundo a empresa, o insumo não é ofertado a preços que viabilizem essa alternativa e isso teria elevado os preços dos combustíveis no estado e aumentado a dependência da região em relação a produtos vindos de fora.
Desde março a Ream não processa um único litro do petróleo extraído no estado, aponta o estudo.
Ream defende atuação
Em nota, a Refinaria disse que responde por cerca de 30% do abastecimento do Amazonas, percentual definido pelas distribuidoras, que podem optar por importar combustíveis ou adquiri-los de outros fornecedores.
Segundo a empresa, os preços finais ao consumidor refletem custos logísticos, impostos e margens das distribuidoras, e não a operação da refinaria.
A refinaria disse ainda que pretende processar o petróleo de Urucu, mas que os preços atuais do insumo tornam a operação inviável. Por isso, na avaliação da empresa, escoar o petróleo para fora da região, mesmo com custos maiores, é hoje a forma mais eficiente de garantir o abastecimento.
A redução temporária da produção em 2024, segundo a Ream, ocorreu por manutenção programada para modernizar a unidade, construída na década de 1950, com acompanhamento dos órgãos reguladores. Mesmo assim, o fornecimento ao mercado não sofreu interrupções, mesmo durante a estiagem histórica de 2023 e 2024.
Sobre o gás de cozinha (GLP), a empresa esclareceu que não comercializa o produto, atuando apenas no armazenamento e entrega para as distribuidoras, sem interferir nos preços.
Desde a aquisição pelo Grupo Atem, a refinaria afirma ter investido mais de R$ 400 milhões em modernizações, focadas em segurança, eficiência energética e atualização de processos, garantindo capacidade de operação contínua e ajustada à demanda.
Confira na íntegra a nota da Ream:
“A Refinaria da Amazônia (Ream) esclarece que não define os preços dos combustíveis no Amazonas. Embora tenha capacidade para atender plenamente a demanda regional, hoje a Ream responde por cerca de 30% do suprimento. Essa participação não decorre de decisão da refinaria, mas sim da escolha das distribuidoras com a alternativa da importação direta de derivados ou outras formas de aquisição no mercado. Assim, os preços finais ao consumidor refletem fatores de mercado — como custos de importação, tributos, logística e margens aplicadas por distribuidoras e postos revendedores — e não são determinados pela refinaria.
Sobre o GLP (gás de cozinha) é importante destacar que a Ream não comercializa o produto, sua atuação se limita exclusivamente ao recebimento e armazenamento do produto para entrega às distribuidoras, sem qualquer influência sobre preços ou condições de venda.
A Ream tem total interesse em adquirir o petróleo produzido em Urucu para fortalecer o abastecimento regional. No entanto, o insumo não é ofertado a preços que viabilizem essa alternativa. Em vez de atender a refinaria local, o produto é escoado para fora da região norte, ainda que isso represente prejuízo logístico e econômico. Trata-se de uma decisão que contraria a lógica de eficiência, pois seria natural priorizar o fornecimento à refinaria instalada no Amazonas. Diante desse cenário, a importação de derivados acaba se mostrando, de forma concreta, a opção mais viável para garantir o abastecimento.
A redução temporária da produção em 2024 decorreu de manutenção programada para modernização da refinaria, construída na década de 1950. O processo foi devidamente comunicado e acompanhado por todos os órgãos reguladores competentes. Mesmo nesse período – e em meio à estiagem histórica de 2023 e 2024 – a unidade manteve o abastecimento regular do mercado, sem qualquer interrupção.
Desde sua aquisição, o Grupo Atem já investiu mais de R$ 400 milhões em melhorias estruturais, com foco em segurança operacional, eficiência energética e modernização de processos. A refinaria está apta a operar de forma contínua, ajustando sua produção conforme a demanda.
O Grupo Atem reafirma seu compromisso com o desenvolvimento da Amazônia, a geração de empregos, o fortalecimento da cadeia produtiva local e o fornecimento seguro, transparente e sustentável de combustíveis para a região.”