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Rio Negro volta subir em Manaus e atinge 21,46 metros

Após registrar a maior seca dos últimos 121 anos, que mudou o cenário no Amazonas, isolou comunidades, e fechou escolas na área rural de Manaus, o Rio Negro voltou a subir na capital amazonense. Com isso, setores da economia do estado, que dependem de atividades como transporte fluvial e turismo, reaqueceram. 

O processo de cheia já alcança os principais rios do Amazonas, que seguem apresentando níveis dentro da normalidade para o período, conforme o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Nesta terça-feira (6), o nível do Rio Negro atingiu 21,46 metros, quase o dobro do nível mais baixo registrado no dia 26 de outubro de 2023, quando alcançou a cota histórica de 12,70 metros, segundo o Porto de Manaus, que mede o nível das águas na capital do estado desde 1902.

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Apesar da melhora no nível do rio Negro e de outros rios do Amazonas, a situação no estado ainda não está totalmente normalizada, e os 62 municípios do estado ainda estão em situação de emergência por conta da seca.

No Lago do Puraquequara, na Zona Leste da capital, os visitantes voltaram a frequentar os estabelecimentos flutuantes, mas a vegetação que cresceu na seca agora cobre as águas, formando uma camada de capim que dificulta o acesso.

No Lago Tefé, no interior do estado, onde mais de 200 botos morreram – um dos símbolos da crise que o Amazonas enfrentou na seca – o cenário agora é de normalidade. No entanto, a causa da morte dos animais ainda segue sendo investigada, informou o Instituto Mamirauá.

Conforme Jussara Cury, pesquisadora de geociências do SGB, após a vazante severa que atingiu o estado, os níveis dos rios ficaram baixos e precisam de tempo para se recuperar, mas eles ainda estão sendo impactados pela pouca quantidade de chuvas durante o El Niño.

“O fenômeno afeta no acumulado de chuvas, que está abaixo do normal para o período. No momento Tabatinga, no Alto Solimões, está apresentando oscilações e até descidas.

O mesmo ocorre na parte norte da bacia, como Alto Rio Negro e rio Branco, em Roraima, que estão em recessão e no caso de Boa Vista [capital de Roraima] com níveis baixos para o período”, explicou Cury.

Ainda conforme a pesquisadora, o SGB precisa analisar as cotas dos rios nos meses de março, abril e maio para poder apontar uma projeção de como os níveis irão se comportar neste ano.

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