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Seca extrema afeta preços, transporte, queimadas e saúde no Amazonas

Com 20 municípios em Estado de Emergência e mis de 287 mil amazonenses impactados diretamente pela seca severa que atinge o estado com a vazão dos rios criou um efeito em cascata no dia a dia nos transportes com o aumento de preços de mercadorias, elevação das queimadas e problemas na saúde com a péssima qualidade do ar.

O governo do estado tem se mobilizado aumentando o efetivo de bombeiros na ‘Operação Aceiro” no Sul do Amazonas no combate as queimadas e desmatamento naquela região. Na calha do Rio Solimões, na fronteira com o Peru e a Colômbia, os municípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga registrou cota menor de 1 metro afetando a navegação.

Como os rios são as estradas do Amazonas, as cidades do interior estão em risco de sofrer com o desabastecimento de alimentos, combustível e remédios. Para completar, o governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura }Terrestre (Dnit) baixou portaria proibindo a circulação de caminhões de mais de 23 toneladas – peso de um veículo vazio -, o que impede o transporte de carnes, peixes e produtos hortifrutigranjeiros pela única ligação terrestre do Amazonas com o resto do país, a rodovia BR-319, de terra batida que liga Manaus a Porto Velho.

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Mesmo nessa estrada de barro, o tráfego terrestre depende dos rios porque há trechos que as pontes desabaram e é preciso realizar travessias em balsas. A rodovia Transamazônica, que cruza o Rio Madeira, por meio de balsa, também é um caso que atinge municípios como Apuí.

Para piorar o que já está ruim, o site do governo do Amazonas aponta que a qualidade do ar no interior está com níveis de alerta. Poucos municípios tem equipamentos para monitorar a poluição provocada pela fumaça das queimadas, O governo está distribuindo medidores e o Ministério Público está monitorando onde não há medição.

No período de 1º de janeiro a agosto, o aumento de queimadas foi de 96%. Em números absolutos, já são 32.251 focos de calor identificados neste ano.

Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A situação pode piorar, pois, historicamente, o mês com o maior número de incêndios é setembro.

Desde maio, especialistas e o governo federal já sabiam que os efeitos da seca poderiam ser graves. “Vamos ter um fenômeno terrível, que são os incêndios e as queimadas. Não é por acaso que nós temos trabalhado incessantemente”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que tem de explicar os incêndios em 41 cidades do interior de São Paulo e em outros estados do país, que tem prejudicado até o transporte aérea – no domingo (25) o aeroporto de Goiânia foi fechado para pousos e decolagens.

Nos mercados e feiras de Manaus já começam a faltar alguns produtos. Os que estão disponíveis para os consumidores tiveram seus preços aumentados, como a macaxeira, um item indispensável na mesa dos amazonenses. A raiz passou de R$ 4 para R$ 6.

Os peixes também sumiram com a seca dos rios e o transporte restrito na BR-319. “Se a rodovia estivesse asfaltada não haveria problema porque eu trazia um caminhão de São Paulo”, disse um feirante esta semana reclamando da falta de produtos para vender, que vinham de balsas pelo Rio Madeira, que sofre sua pior seca nos últimos 57 anos,

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