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Desaparecidos: lancha de suspeito preso perseguiu barco de indigenista e jornalista, diz polícia

Detido nessa terça-feira (7), o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, teria perseguido os dois em sua lancha, segundo afirmaram ao jornal O Globo os policiais militares que fizeram a prisão. Ele já teria ameaçado o funcionário federal licenciado do órgão, em outra ocasião.

Segundo os PMs do Amazonas, a lancha do suspeito foi vista perseguindo o barco do indigenista e do jornalista logo depois que eles deixaram a comunidade de São Rafael, em Atalaia do Norte. Ele foi preso e levado para 50ª Delegacia de Atalaia do Norte, na própria lancha.

Testemunhas relataram aos policiais que a embarcação do suspeito – com motor 60 HP e mais veloz, que a de 40 HP dos desaparecios -, passou em alta velocidade atrás de Bruno Pereira e Dom Phillips tão logo eles deixaram a comunidade São Rafael, em uma visita previamente agendada, para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, que é tio de Amarildo, também conhecido como Pelado.

O objetivo da visita era de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado pelas intensas invasões.

Em São Rafael, os dois foram recebidos por sua mulher, que ofereceu a eles “um gole de café e um pão”, segundo os policiais militares – isso por volta das 4h do domingo (5). Em depoimento, Amarildo disse que viu o jornalista e o indigenista passarem de barco em frente da sua comunidade, às 7h.

“Churrasco” foi detido na segunda-feira à noite para prestar esclarecimentos como testemunha e liberado logo depois.

Ameaça

Ainda segundo o jornal O Globo, Amarildo teria ironizado Bruno por andar armado devido a ameaça que vinha recebendo de garimpeiros, pescadores e madeireiros.

“Quero saber se ele atira bem”, teria dito o pescador. Bruno liderava operações de combate a invasões de territórios indígenas na região do Vale do Javari.

O procurador da União dos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliesio Morubo, informou que um grupo de 15 a 29 pessoas presenciou a ameaça e relatou o caso aos policiais.

O fato tornou Amarildo um dos suspeitos do desaparecimento. De acordo com o jornal carioca, ele seria uma espécie de líder dos pescadores ilegais da região. O grupo ainda deve prestar depoimento à polícia.

Nesta quarta-feira (08), as buscas por Phillips e Bruno entraram no 4º dia e contam com o apoio da Marinha, do Exército, da Força Nacional e das forças de segurança do Amazonas.

O servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o colaborador do Jornal The Guardian desapareceram no Vale do Javari, na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez na tarde do domingo (5), segundo nota divulgada pela Univaja.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), foi instaurado um inquérito policial. O delegado da 50ª DIP, Alex Perez, informou que até a noite desta terça foram ouvidas cinco pessoas: quatro na condição de testemunhas e Amarildo como suspeito.

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