Portal Você Online

Ucrânia: União Europeia propõe plano de €800 bilhões para defesa

Ursula Von der Leyen seguirá para segundo mandato como presidente da  Comissão Europeia | CNN Brasil

A Ucrânia reagiu com indignação à suspensão de toda a ajuda militar dos Estados Unidos, afirmando que a decisão representa uma traição por parte de um aliado e ajudará a Rússia a bombardear e matar mais civis. Na segunda-feira, a administração do presidente Donald Trump anunciou que seriam interrompidas as entregas de munições e veículos, incluindo remessas acordadas quando Joe Biden ainda era presidente.

Os ucranianos afirmaram que o maior impacto da decisão provavelmente será sentido na capacidade do país de se defender dos ataques aéreos russos, que se intensificaram nas últimas semanas. O ex-ministro da Defesa ucraniano Andriy Zagorodnyuk disse ao Guardian que a Casa Branca estava tentando intimidar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que aceitasse um acordo de paz nos termos de Moscou.

— Acho que isso está extremamente errado em todos os aspectos. Além disso, não vai funcionar com a Ucrânia, que nunca se curvará a tiranos e nem a intimidações. É simples assim — disse.

Em discurso em vídeo gravado em Kiev antes do anúncio de Washington, Zelensky reiterou seus apelos por um acordo “justo” para o fim da guerra. A declaração foi feita após uma publicação hostil de Trump nas redes sociais, na qual ele alegava que o líder ucraniano não queria a paz. Em sua fala, Zelensky reforçou que era necessário alcançar uma “paz verdadeira e honesta, e não uma guerra sem fim”.

Diante das novas medidas de Washington, a União Europeia (UE) propôs nesta terça-feira (4) a concessão de €150 bilhões em empréstimos para aumentar os gastos com defesa. Após décadas de subinvestimento, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a UE também planeja ativar um mecanismo que permitirá aos países usarem seus orçamentos nacionais para gastar um adicional de €650 bi em defesa em quatro anos, sem desencadear penalidades orçamentárias.

Junto dos novos empréstimos para gastos militares, von der Leyen afirmou que o pacote poderia mobilizar quase €800 bilhões, caso os governos aproveitem totalmente a nova margem de manobra. A repórteres em Bruxelas, ela declarou que o bloco está em uma “era de rearmamento” – e que a Europa está “pronta para impulsionar massivamente seus gastos com defesa”.

Qualquer nova iniciativa de endividamento da UE, porém, precisará do apoio dos 27 Estados-membros, o que representa um grande obstáculo. Vencedor das eleições na Alemanha e provável novo chanceler da maior economia e do país mais populoso da Europa, Friedrich Merz, sinalizou que pode estar aberto a tais planos, mas o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, indicou que provavelmente irá bloqueá-los.

A Europa busca mobilizar centenas de bilhões de euros em financiamento adicional para continuar apoiando a Ucrânia em um momento crítico. Após o anúncio da suspensão de ajuda militar de Washington a Kiev, Von der Leyen declarou que era um “momento único em uma geração” – e que já havia declarado que a UE necessita investir cerca de €500 bilhões em defesa na próxima década.

— Trata-se basicamente de gastar melhor e gastar juntos, e estamos falando de capacidades pan-europeias, como defesa aérea e antimísseis, sistemas de artilharia, mísseis e munições, drones e sistemas antidrones, mas também para abordar outras necessidades, desde cibersegurança até mobilidade militar — afirmou.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *