Uma vacina experimental contra o câncer mostrou resultados positivos em um estudo de fase 1 com pacientes com a doença em estágio avançado. Os resultados do estudo realizado no King’s College London, na Inglaterra, foram apresentados neste sábado (14), no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO 2024), que acontece na Espanha.
O tratamento de imunoterapia com vacina de mRNA é direcionado para pacientes com câncer de pulmão, melanoma e outros tumores sólidos.
“Este estudo que avalia uma imunoterapia de mRNA contra o câncer é um primeiro passo importante no desenvolvimento de um novo tratamento para pacientes com câncer avançado”, afirmou o pesquisador chefe do estudo, Debashis Sarker, em comunicado à imprensa.
A vacina utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma usada nas vacinas contra Covid-19. Ao contrário das vacinas convencionais, essa não visa a prevenção da doença, mas sim o combate do câncer já diagnosticado no paciente.
Ela é desenvolvida para preparar o sistema imunológico para reconhecer e destruir as células cancerígenas, além de combater as que poderiam suprimir o sistema imunológico para reduzir o risco de a doença voltar.
A pesquisa do King’s College London foi realizada com 19 pacientes com câncer em estágio avançado. Os voluntários receberam entre uma e nove doses do tratamento de imunoterapia.
A fase 1 do estudo clínico foi feita para testar a segurança e a tolerabilidade da vacina. Os pesquisadores também avaliaram as respostas radiográficas e imunológicas.
Oito dos dezesseis pacientes que tiveram as respostas imunológicas avaliadas finalizaram a primeira fase do estudo com o crescimento do tumor controlado, além de não apresentarem nenhum novo tumor.
Os dados mostraram que a estratégia poderia ativar o sistema imunológico em muitos pacientes, gerando células imunes no sangue capazes de reconhecer as duas proteínas de interesse (PD-L1 e IDO1).
O tratamento foi bem tolerado pelos voluntários, que apresentaram eventos adversos leves, como dor no local da injeção, febre e fadiga.
Embora os resultados sejam animadores, os autores do estudo destacam que os resultados devem ser tratados com cautela porque a amostra de pacientes ainda é limitada. Novas pesquisas, com um grupo maior de pessoas, devem ser feitas para comprovar a eficácia do tratamento.