
A capital amazonense figura entre as 23 piores capitais do país, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), calculado no mais recente levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (8), mas se referem a informações coletadas em 2023.
Além dela, a cidade de Ipixuna, no Amazonas, teve o pior desempenho no ranking de 2023, com índice de desenvolvimento apenas 0,1485. Jutaí, também no Estado, ficou em 4º lugar no Índice Firjan.
Manaus supera apenas Salvador (BA), Belém (PA), Boa Vista (RR) e Macapá (AP). Apesar de o índice de desenvolvimento municipal da cidade ter crescido 20,6% em comparação com os dados de 2013, Manaus permanece na 23ª posição desde aquele ano.

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) oferece um panorama detalhado do desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros no período de 2013 a 2023, com base em indicadores de saúde, educação, emprego e renda.
Na área da saúde, foram analisados dados como internações por condições sensíveis à atenção básica, óbitos infantis evitáveis, proporção de sete ou mais consultas de pré-natal, número de médicos por mil habitantes, cobertura vacinal, gravidez na adolescência e internações ligadas ao saneamento inadequado. Manaus recebeu nota 0,5547, enquanto Curitiba, líder do ranking, obteve 0,8171.
A avaliação em educação considerou indicadores como taxa de matrículas em creches, formação docente adequada no Ensino Fundamental e Médio, distorção idade-série, IDEB nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, taxa de abandono escolar e presença de educação integral. Manaus alcançou nota 0,5658 nessa área.
No quesito emprego e renda, a capital amazonense obteve 0,8461. A diferença para Curitiba, que lidera também esse indicador, é de 0,1539.
O indicador analisou a situação de 5.550 municípios brasileiros, considerando esses setores. A pesquisa mostra quais municípios tiveram os melhores e os piores resultados combinados nesses temas entre 2013 e 2023, com base em dados oficiais.
Cidades do Norte e Nordeste amargam os piores níveis de desenvolvimento municipal. Um padrão observado ao longo de toda a década, apontam os economistas.
Segundo Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, são municípios que historicamente ocupam as últimas posições. A maioria enfrenta infraestrutura precária, falta de profissionais de saúde e educação, e um mercado de trabalho muito inicial.
“Eles têm um mercado de trabalho incipiente, com atividade econômica fraca. Falta médico. Têm mais internações pelo saneamento inadequado. Falta professor, falta escola, os alunos têm notas ruins, os professores não têm formação adequada… Isso retrata de maneira clara o que não conseguimos visualizar só olhando os números”, diz.
A única capital do país que conseguiu fazer parte da lista dos municípios mais desenvolvidos na última década foi Curitiba (PR).
Brasil
Pela primeira vez, o Brasil tem mais da metade de seus municípios com nível de desenvolvimento moderado ou alto, mas ainda ostenta uma parcela de 47,3% em situação classificada como crítica ou baixa neste quesito, mostra o IFDM,
O índice varia de 0 a 1 ponto. Quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento do local. Há quatro níveis de desenvolvimento: crítico (até 0,39 ponto); baixo (0,4 a 0,59 ponto); moderado (0,6 a 0,79); e alto (0,8 ou mais).
A parcela de municípios brasileiros com nível de desenvolvimento moderado ou alto subiu de 46,4% em 2022 para 52,7% em 2023, dado mais recente da pesquisa. Naquele ano, eram 48,1% no graumoderado e 4,6%no grau alto. A proporção observada em 2023 está muito acima da vista em 2013, quando era de 22,6% (22,4%moderadoe 0,2%alto).
O número de municípios enquadrados nesta classificação mais do que dobrou entre 2013 e 2023, ao passar de 1.245 para 2.925 em 2023, respectivamente. A melhora da situação de desenvolvimento municipal no Brasil, no entanto, não ofusca a realidade um país em que 47,3% das cidades apresentam grau crítico (4,5%) ou baixo (42,8%) de desenvolvimento, pelos dados de 2023. Em 2013, essa fatia era de 77,4%, sendo36% crítico e 41,4% baixo.