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Venezuela se prepara para manifestação convocada por Juan Guaidó

Autoproclamado presidente Juan Guaidó a Venezuela deve exigir neste sábado por meio de manifestação, “eleições livres” no país.

Seis países da UE (Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal e Holanda) deram a Nicolás Maduro até domingo para convocar eleições, caso contrário, reconhecerão Juan Guaidó como presidente.

“Todos nós devemos tomar as ruas na Venezuela e em todo o mundo com um objetivo claro: apoiar o ultimato dado pelos membros da União Europeia. Vamos alcançar a maior marcha da Venezuela e da história do nosso continente”, disse Guaidó, presidente do Parlamento dominado pela oposição.

A Assembleia Nacional considera o segundo mandato de Nicolás Maduro, iniciado em 10 de janeiro, ilegítimo por ser resultado de eleições fraudulentas.

Guaidó, de 35 anos, declarou-se “presidente interino” em 23 de janeiro e convocou no último domingo manifestações para este sábado, o aniversário de 20 anos da “Revolução Bolivariana”.

Apoiado por Rússia, China, Coreia do Norte, Turquia e Cuba, Maduro rejeita o ultimato europeu e acusa os Estados Unidos de orquestrarem um golpe de Estado.

A tensão aumenta a cada nova convocação de manifestação. Quarenta pessoas foram mortas e mais de 850 detidas, de acordo com a ONU, desde o início das mobilizações, em 21 de janeiro. Em 2014 e 2017, duas ondas de protestos mataram cerca de 200 pessoas.

Na quinta, Guaidó denunciou tentativas de intimidar sua família, acusando Maduro de ser o responsável. Ele também apresentou seu plano para tirar o país da crise econômica e social.

“Não vão me amedrontar”, declarou a repórteres em frente a sua casa em Caracas, com sua filha de 20 meses e sua esposa ao lado. Segundo ele, homens identificados como membros das Forças de Ações Especiais (FAES) foram à sua casa, em duas motos e uma caminhonete sem placas, e perguntaram ao segurança da entrada por sua esposa, Fabiana Rosales, e pela família.

O comandante da polícia Carlos Alfredo Pérez Ampueda rejeitou a denúncia: “é totalmente falsa”.

Em Miami, em um ato com exilados venezuelanos, o vice-presidente americano, Mike Pence, reforçou que “todas as opções estão sobre a mesa” e recomendou que Maduro “não teste a determinação” da Casa Branca.

Já o presidente colombiano, Iván Duque, disse que “faltam poucas horas para a ditadura da Venezuela” acabar.

Paralelamente, chavistas dissidentes propuseram nesta sexta-feira um referendo para promover eleições gerais e evitar um conflito armado, como uma terceira via entre o presidente, Nicolás Maduro, e o opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino.

O coletivo de ex-ministros do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), acadêmicos e dirigentes sociais sugerem um “pacto de governabilidade” que designe novas autoridades eleitorais para realizar um referendo, com observadores internacionais, que consulte os venezuelanos.

A Venezuela sofre a pior crise de sua história moderna, com falta de alimentos e remédios, além de uma hiperinflação, que o FMI projeta em 10.000.000% para este ano. A situação fez disparar a migração, estimada em cerca de 2,3 milhões de venezuelanos desde 2015, segundo a ONU.

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