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Pirataria: empresas ameaçam parar de transportar combustível no Amazonas

Ação de ‘piratas’ já provocou a perda de R$ 20 milhões no segmento e paralisação pode afetar o abastecimento nos estados vizinhos do Acre, Rondônia, Roraima e Oeste do Pará

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) encaminhou ontem (29), ofício para as distribuidoras de combustível que operam no Amazonas, solicitando apoio e auxílio imediato para reduzir os prejuízos provocados pela ação dos “piratas dos rios”. Dados do sindicato revelam que de janeiro a junho deste ano, as perdas são de R$ 20 milhões – por causa dos bandidos.

No documento, as empresas pontuam duas principais reivindicações que atualmente ficam a cargo exclusivamente das transportadoras: o primeiro é o pagamento das escoltas de segurança que acompanham as embarcações (e representam quase o dobro do valor das tripulações dos barcos).

A segunda reivindicação é a contratação e pagamento dos seguros das cargas pelas próprias distribuidoras. Segundo o Sindarma, as seguradoras estão se recusando a fazer novos acordos diretamente com as empresas contra roubos e assaltos por conta da grande incidência de ocorrências registradas nos rios amazonenses nos últimos anos.

Em ofício elaborado durante Assembleia Geral, as empresas informam que, caso não seja possível o acordo entre distribuidoras e transportadoras, a categoria pode paralisar as atividades em 10 dias por falta de condições de continuar operando.

“Não queremos chegar neste ponto, mas não temos mais condições financeiras e humanas de continuar navegando porque todo o prejuízo está recaindo somente para as transportadoras e estamos com dificuldade até de formar a tripulação porque ninguém vai arriscar a vida em certas rotas fluviais sem o apoio mínimo de uma escolta de segurança”, alertou o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior.

Acordo

O vice-presidente da entidade, Madson Nóbrega acrescenta que devido aos prejuízos e à falta de seguro para as cargas, as transportadoras passam por um momento de grande dificuldade financeira e que uma possível paralisação da categoria também afeta o abastecimento nos estados do Acre, Rondônia, Roraima e oeste do Pará.

“Neste cenário, muitos empresários já estão revendo se continuam com suas atividades porque as perdas são muito grandes. Somente no último ataque dos piratas (na semana passada) foram mais de 1 milhão de litros de gasolina que terão que ser pagos pela própria empresa e ninguém sabe quem será o próximo a ter um prejuízo que não poderá arcar”, afirmou Nóbrega.

Após o envio do documento, duas das cinco maiores distribuidoras de combustível que atuam no Amazonas, já se manifestaram disponíveis para negociar com o Sindarma concordando com o pagamento das escoltas e dos seguros de suas cargas.

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