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Brasil passa de 400 mil mortos por Covid-19

Um em cada cinco óbitos registrados no país desde março de 2020, quando começou a pandemia, foi provocado pelo novo coronavírus

Somente nos quatro primeiros meses de 2021 o país já soma mais óbitos pelo novo coronavírus do que ao longo de todo o ano passado

A tragédia da Covid-19 no Brasil não é visível apenas na impressionante marca, atingida nesta quinta-feira (29), de 400.021 óbitos, segundo o consórcio dos veículos de imprensa formado por Folha, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1, Extra e UOL , com mais de 14,5 milhões de casos desde fevereiro de 2020.  

Em meio a falta de vacinas e um governo questionado em CPI por sua ação na pandemia, o peso do novo coronavírus sobre o sistema de saúde também surge em outro indicador — uma em cada cinco mortes notificadas no país (21,7%) desde março do ano passado é decorrente da doença.

O índice foi calculado a partir de dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), entidade que representa todos os cartórios do país. A primeira morte provocada pela pandemia, segundo registros oficiais, ocorreu no dia 17 de março do ano passado.

Desde aquele mês, o Brasil contabilizou 1.843.281 óbitos totais. A associação assinala que os cartórios são responsáveis pelo fornecimento de dados — e o número, portanto, pode estar defasado — mas a relação de um quinto deve permanecer.

Apesar do percentual elevado, pesquisadores acreditam que ela pode ser ainda maior: a subnotificação ainda é alta no país, já que muitos infectados pelo coronavírus morrem em casa, sem recorrer ao atendimento médico, devido ao colapso do sistema hospitalar. Há, também, óbitos por Covid-19 que são registrados como síndrome respiratória aguda grave (SRAG) sem causa determinada.

A escalada da pandemia é comprovada por seguidos recordes batidos nas últimas semanas. Desde a chegada do coronavírus no Brasil, houve 18 ocasiões em que o país registrou mais de 3 mil mortes diárias em decorrência da doença — 13 vezes em abril e cinco em março deste ano.

O Brasil é o segundo país em óbitos acumulados, atrás apenas dos EUA (cerca de 575 mil), e também o segundo no registro de novas ocorrências da Covid-19 na última semana, ranking liderado agora pela Índia. A taxa de letalidade mais que dobrou, de 2% no final de 2020, para 4,4% na semana passada.

Fiocruz – “O Brasil está numa situação bastante preocupante, porque a gente até tem uma tendência de aumentar o volume de vacinas, mas a gente está abandonando as medidas de contenção da disseminação do vírus e a gente não tem feio testes, então a gente incorre no risco de estar em um período de vacinação e ainda assim com elevado número de óbitos e de internação”, disse o pesquisador em saúde pública Diego Xavier, um dos integrantes do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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