Dados da Semsa divulgados nesta quinta-feira (12), mostram que o município de Manaus registrou neste ano o total 2.606 casos confirmados d de dengue. Também houve o registro 27 casos de zika confirmados. Em relação à chikungunya, foram 20 casos confirmados da doença.
De acordo com Edvaldo Rocha, o período de novembro a maio é considerado epidêmico para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, devido ao calor e às chuvas, que criam condições ideais para a proliferação do mosquito.
“A população também deve reforçar os cuidados com a própria casa e terreno. A orientação é a aplicação do Check List 10 Minutos Contra Aedes, em que a população pode usar 10 minutos por semana para eliminar possíveis criadouros do mosquito. O ciclo reprodutivo do Aedes aegypti, do ovo ao mosquito adulto, leva de 7 a 10 dias. Então, a limpeza semanal dos criadouros é capaz de evitar a proliferação do vetor”, explicou Rocha.
Mapa de Vulnerabilidade
A partir do resultado do LIRAa (indicadores de índice de infestação e depósitos predominantes), agregando informações sobre a ocorrência de casos notificados das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a Semsa elaborou um Mapa de Vulnerabilidade que permite identificar as zonas e bairros com maior risco para as doenças.
Na análise de dados, foram identificados 11 bairros prioritários e classificados em Alta Vulnerabilidade, 32 bairros classificados em Média Vulnerabilidade e 20 bairros em Baixa Vulnerabilidade.
O resultado do diagnóstico aponta que o Distrito de Saúde (Disa) Oeste é a área com maior número de localidades de alta vulnerabilidade (sete bairros). O Disa Leste apresenta quatro bairros em alta vulnerabilidade. Os Disas Norte e Sul apresentaram apenas bairros em média e baixa vulnerabilidade.
O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, explicou que a partir do resultado do LIRAa e com as informações do Mapa de Vulnerabilidade foi possível planejar uma série de ações priorizando as áreas de maior risco para evitar que Manaus registre surtos ou epidemias.
Os 11 bairros em Alta Vulnerabilidade são: Tarumã-Açú, Tarumã, Redenção, Alvorada, São Jorge, Compensa e Santo Antônio (zona Oeste); e Armando Mendes, São José, Tancredo Neves e Jorge Teixeira (zona Leste).
Os bairros de média vulnerabilidade são: Distrito Industrial 1, Japiim, Vila Buriti, Parque 10, Betânia, Centro, Flores, Petrópolis, Aleixo e São Lázaro (zona Sul); Ponta Negra, Santo Agostinho, Lírio do Vale, Planalto, Bairro da Paz, Dom Pedro, Glória e São Raimundo (zona Oeste); Cidade de Deus, Novo Aleixo, Cidade Nova, Colônia Santo Antônio, Novo Israel, Colônia Terra Nova, Monte das Oliveiras, Santa Etelvina e Lago Azul (zona Norte); Colônia Antônio Aleixo, Puraquequara, Coroado, Zumbi e Gilberto Mestrinho (zona Leste).
Já os bairros de baixa vulnerabilidade são: Morro Liberdade, Nossa Senhora de Aparecida, Praça 14, Chapada, Cachoeirinha, Presidente Vargas, Adrianópolis, Nossa Senhora das Graças, Educandos, Colônia Oliveira Machado, Raiz, São Francisco, Crespo Santa Luzia e São Geraldo (zona Sul); Nova Esperança e Vila da Prata (zona Oeste); Nova Cidade (zona Norte); e Mauazinho e Distrito Industrial 2 (zona Leste).
LIRAa
Na programação no bairro Alvorada, a Semsa divulgou o resultado do 2º Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) do ano de 2024, que foi realizado entre 11 e 23 de novembro, com o apoio de 261 profissionais na vistoria em 26.698 imóveis selecionados por amostragem nos 63 bairros de Manaus.
Durante as visitas, os agentes de saúde tinham como meta obter informações sobre o índice atual de infestação do mosquito, identificar e coletar as formas imaturas (larvas), bem como eliminar ou tratar os potenciais criadouros, além de orientar a população sobre os sintomas das doenças.
O resultado do LIRAa apontou que Manaus apresenta um índice de Infestação Predial de 1,8%, o que representa médio risco para as doenças transmitidas pelo Aedes (médio risco compreende valores entre 1,0 e 3,9). Desde 2012, Manaus vem mantendo o índice de infestação na categoria de médio risco.
O levantamento também identificou que os tipos de depósitos que mais contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti são os depósitos móveis, como vasos, frascos com água, pratos, pingadeiras e bebedouros, que representaram 35,3% dos depósitos encontrados nas vistorias.
Em seguida, os depósitos de armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas, representaram 27,5% do total. Já os depósitos tipo lixo, recipientes, garrafas, latas e ferro velho, apresentaram resultado de 23,8%.