Procurador-geral vai encontrar investigadores da morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira

O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai neste domingo (19) a Tabatinga, na divisa do Amazonas com a Colômbia, onde encontro representantes do Ministério Público e outros órgãos que combatem o crime na região.
A decisão vem após os assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, no Vale do Javari. Três pessoas já foram presas suspeitas de ligação com os crimes.
Aras vai se reunir com os coordenadores das câmaras de populações indígenas, comunidades e do Ministério Público Federal, representado pelo procurador dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena. Também serão discutidas formas de combater violações de direitos indígenas, diz nota divulgada pelo MP.
Devem participar da série de reuniões representantes do Exército, da Polícia Federal, da Funai e outras instituições. Aras também deve se reunir com os responsáveis pela investigação do assassinato de Bruno e Dom.
O caso
Dois irmãos, Amarildo dos Santos, mais conhecido como “Pelado”, e Osoney da Costa, foram presos como autores dos crimes. Amarildo confessou participação no crime, mas não assumiu a morte dos dois. Ele disse que os corpos foram esquartejados, queimados e enterrados. Ele indicou à polícia o local onde os corpos foram enterrados.
Perícia feita pela Polícia Federal nos restos mortais encontrados na região confirmou que parte do material era do jornalista britânico. A polícia ainda faz testes no Instituto de Criminalística Federal, em Brasília, para confirmar a morte de Pereira.
De acordo com nota divulgada pela Polícia Federal, que coordena a força-tarefa montada para elucidar o crime, Lima se entregou na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte nesta manhã. Ele será interrogado e encaminhado para audiência de custódia.
Região de conflitos
A região do Vale do Javari é palco de conflitos que envolvem garimpo, extração de madeira, pesca ilegal e narcotráfico. Com 8,5 milhões de hectares, a reserva indígena fica localizada no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga em torno de14 grupos isolados — a maior população indígena não contatada do mundo.
A área é a segunda maior reserva demarcada indígena do país — atrás apenas da Yanomami, em Roraima, na divisa com a Venezuela, que tem 9,4 milhões de hectares — e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco.


