O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), voltou a defender, nesta quinta-feira (17), a necessidade de reformas estruturais profundas promovidas pelo Governo Federal, principalmente em relação às questões tributárias e previdenciárias.
Ao mesmo tempo, o Arthur defendeu um tratamento para a Zona Franca de Manaus, além da duração dos incentivos fiscais que a têm sustentado:
“O modelo precisa de reformas profundas; não de limitações. Ele mantém a floresta em pé e, se fosse o contrário, o Brasil enfrentaria graves problemas políticos, diplomáticos e, no extremo, até mesmo militares”, advertiu, em publicação feita na sua página do Facebook.
Defensor das regionalidades econômicas brasileiras no Senado, Arthur disse que confia no talento e capacidade do ministro da Economia, Paulo Guedes, para preparar o país ao crescimento econômico sustentável, com inflação baixa, queda do desemprego e distribuição de renda mais justa. E que ele entenderá os desafios da Zona Franca.
“O modelo precisa de apoio claro e lúcido do governo federal. Nossa internet e telefonia celular tornam os negócios mais lentos, não temos hidrovias e deveríamos começar a tê-las pelo rio Madeira. Manaus, que sedia o Polo Industrial vive à beira de um caos portuário e os resquícios da recente recessão econômica de 30 meses deixou sequelas sociais e econômicas perversas. O parque industrial, que ameaça cair em obsolescência, precisa urgentemente incorporar a biodiversidade ao seu processo produtivo”, disse o prefeito.
Segundo Arthur, essas são medidas urgentes, que devem começar a ser implementadas imediatamente. “Restringir incentivos e desestimular as empresas a investir significaria ameaçar a floresta e abrir espaço para graves repercussões, aqui e no exterior”, advertiu, lembrando que o Amazonas é o maior pagador de tributos federais do Norte, que inclui Pará, Tocantins, Acre, Rondônia e Roraima. “É credor e não devedor”, lembrou.
O prefeito lembrou, ainda, que a Floresta Amazônica é um dos pontos mais fortes de mitigação das consequências inevitáveis, e já em curso, do aquecimento global e lamentou a conduta do presidente americano Donald Trump, que ele considera irresponsável, em retirar-se do Clube de Paris e tentar negar a existência do aquecimento global.
“É puro provincianismo ignorar a relevância planetária da Amazônia”, reforçou.
Arthur voltou a insistir sobre a importância estratégica da Amazônia e defendeu um olhar mais apurado, por parte do novo governo. “É tempo de parceria verdadeira entre o Brasil e sua região mais estratégica. Estou seguro de que o ministro Paulo Guedes entenderá isso. Quando o presidente Castelo Branco e o ministro Roberto Campos criaram a Zona Franca, pensavam, respectivamente, em segurança nacional e em desenvolvimento econômico. Hoje, temos o componente ambiental a tornar o quadro mais delicado ainda. Essa é uma verdade cristalina”, assegurou.