CDL Manaus prevê aumento de 4,5% no volume de compras. Só de empregos diretos e indiretos a festa momomesca deverá gerar 15 mil.
Um dos feriados mais importantes no Brasil, o Carnaval, além de garantir a diversão de milhares de foliões, também aquece a economia do País. No Amazonas, os comerciantes estão otimistas e consideram que a mudança da data da festa, que este ano será em março, foi positiva.
De acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL), as vendas no comércio da capital amazonense deverão atingir um crescimento de 4,5%, no que diz respeito a produtos do segmento carnavalesco: adereços, itens de decoração e acessórios em geral. O fluxo de turistas deverá aumentar em 5%, conforme projeção da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav/Am).
No mercado de bebidas, um dos mais impulsionados pelo Carnaval, a expectativa é de crescimento de 10%. Durante o período, deverão também ser gerados cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos, sendo 4,5 mil só relacionados aos trabalhos nos galpões dos grupos Especial e de Acesso, segundo estimativa da Liga Independente das Escolas de Samba de Manaus (Liesa).
“O Carnaval é uma festa com impacto econômico importante para o Estado e para o País. Gera empregos a trabalhadores de vários segmentos. Nas escolas de samba, são milhares de pessoas trabalhando, entre costureiras, aderecistas e artistas, que tiram da produção da festa parte do sustento de suas famílias”, destaca o secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo Muniz.
Este ano, o Desfile das Escolas de Samba, promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), será realizado nos dias 28 de fevereiro (Grupo de Acesso C), 1º de março (Grupos de Acesso B e A) e 2 de março (Grupo Especial), no Centro de Convenções – Sambódromo, com acesso gratuito.
Comércio – O otimismo com o crescimento, em todos os segmentos, é impulsionado, especialmente, pela mudança na data de realização do evento, este ano. O Carnaval em março é melhor do que em fevereiro, na opinião de representantes de vários setores.
Segundo Ralph Assayag, presidente da CDL Manaus, em 2018 o crescimento registrado em vendas no comércio, durante o Carnaval, foi de apenas 1,8%. “Ano passado, o Carnaval aconteceu no início de fevereiro. As pessoas não estavam com muito recurso disponível para compras, pois ainda estavam pagando contas do Natal. Agora, vamos ter uma folga salarial maior”, observa.
“Com o salário de fevereiro integral, acreditamos que haverá um ânimo maior para investir na produção de fantasias para curtir as festas e na decoração dos eventos. E, também, com o desfile das Escolas de Samba, que também movimenta bastante o comércio local”, pontua.
Turismo – O segmento do turismo também é um dos favorecidos durante o período de folia momesca. Dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) apontam que, em fevereiro do ano passado, mês em que foi realizado o Carnaval 2018, o Estado recebeu 56,8 mil turistas, sendo 57,21% domésticos e 34,85% internacionais. Para este ano, a estimativa da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav/Am) é que haja um crescimento de até 5%.
“Temos no emissivo uma perspectiva de 2,5% a 5% na venda de pacotes turísticos nesse período. Esse aumento também está relacionado ao feriadão carnavalesco”, afirma Roberto Tavares, presidente da Abav/Am.
Bebidas – No mercado de bebidas, a expectativa é de um crescimento de 10% em relação ao ano passado. O motivo, segundo empresários do ramo, é o período mais prolongado para a folia. “Este ano, com o Carnaval acontecendo em março, ganhamos mais um mês para realização de bandas e blocos. O consumo aumenta”, comenta Francisco de Souza, empresário do ramo de prestação de serviços de bar em grandes eventos.
Responsável pelo bar do Sambódromo durante o Desfile das Escolas de Samba de Manaus, Francisco destaca, ainda, a geração de empregos no Carnaval. “Só para garantir o atendimento nos bares do Sambódromo são quase 500 empregos diretos”, diz ele. “Esse número dobra quando pensamos nos ambulantes que também trabalham no entorno da festa”.
Outro ponto positivo, segundo Francisco, é a concorrência entre as cervejarias, que se acirra nessa época do ano. “As grandes empresas querem patrocinar os eventos com potencial de público consumidor. E isso é bom para os mercados de bebida e entretenimento”, observa. “A Ambev tem patrocinado as bandas e blocos, já a Itaipava é a patrocinadora oficial do Carnaval. Isso é bom, pois temos marcas diferentes investindo”, avalia.
Dados nacionais – A expectativa de receita positiva com o Carnaval também permeia os dados nacionais. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou esta semana que a projeção é de que o setor tenha um crescimento real de 2,0%. A movimentação financeira das atividades econômicas tipicamente prestadoras de serviços turísticos deve totalizar R$ 6,78 bilhões, durante o período de Carnaval (desde o sábado até a Quarta-feira de Cinzas). Os segmentos de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes, deverá ficar com a maior fatia do montante gasto pelos foliões – algo em torno de R$ 4,1 bilhões.