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Cinco países europeus dão oito dias a Maduro para marcar eleições ou reconhecer Guaidó

Portugal, França, Espanha, Alemanha e Reino Unido juntam-se a ultimato a Maduro. Conselho de Segurança da ONU reúne este sábado. Trump nomeia um “falcão” envolvido no escândalo Irão-Contras como enviado para a Venezuela.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a Alemanha deram neste sábado oito dias a Nicolás Maduro para convocar eleições “transparentes”, caso contrário reconhecem Juan Guaidó como Presidente interino. Portugal e Reino Unido também se juntaram a este ultimato.

Na sexta-feira foi anunciado que Bruxelas estava a preparar um ultimato a Maduro. Pelo que a posição destes três países da UE pode prenunciar uma nova declaração de Bruxelas, que até ao momento não tinha posto em causa directamente Maduro mas tinha reconhecido a Assembleia Nacional como único órgão legítimo da Venezuela.  

“O povo venezuelano deve poder decidir livremente o seu futuro. Sem em oito dias não forem anunciadas eleições, podemos Juan Guaidó como ‘Presidente interino’ da Venezuela para implementar o referido processo político. Trabalhamos conjuntamente com os nossos aliados europeus”, escreveu Macron no Twitter.

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Pedro Sánchez pediu “a realização imediata de eleições limpas e democráticas”. “Não desejamos pôr ou tirar líderes na Venezuela, mas sim que se realizem eleições livres e democráticas”, disse, citado pelos mediaespanhóis, falando também no prazo de oito dias para Maduro as convocar.

Depois, foi a vez de Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, anunciar, em declarações à TSF, que Portugal acompanha esta tomada de posição: “Ou Nicolás Maduro aceita participar nestas eleições e desencadear esse processo, de forma que as eleições sejam conduzidas por uma comissão eleitoral independente ou então nós reconhecemos que a única autoridade legítima para organizar esse processo eleitoral é a assembleia nacional e o seu presidente.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, juntou-se a este ultimato: “Está claro que, depois de umas eleições profundamente defeituosas, onde se impediu a participação dos candidatos da oposição, onde se encheram as urnas com votos falsos e onde a recontagem foi feita com irregularidades, Nicolás Maduro não é o líder legítimo da Venezuela.”

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Josep Borrell, confirmou que Bruxelas reconhecerá Guaidó se “for constatado que não existe a menor vontade” de convocar eleições por parte do regime chavista.

Estas declarações provocaram uma resposta contundente por parte de Maduro, num discurso em Caracas na sexta-feira. Considerando as afirmações de Borrell “insolentes”, o Presidente venezuelano disse que Sánchez “não tem moral para lançar um ultimado à Venezuela” – referia-se ao facto de não ter sido eleito mas de ter chegado à chefia do governo com uma moção de censura contra o governo conservador de Mariano Rajoy. “Enfrentamos Espanha, como sempre fizemos, e ao seu racismo”, atirou Maduro.

EUA nomeiam enviado especial para a Venezuela

Elliot Abrams, um veterano da diplomacia e figura controversa da ala conservadora norte-americana, foi entretanto nomeado pela Administração Trump como enviado especial responsável pelos assuntos relacionados com a Venezuela.

Com 71 anos, Abrams conta com uma longa carreira diplomática, tendo desempenhado funções de secretário-adjunto para os Assuntos do Hemisfério Ocidental na presidência de Ronald Reagan e foi assessor de George W. Bush durante a guerra no Iraque.

Mike Pompeu, secretário de Estado norte-americano, anunciou a decisão na sexta-feira: “Elliot vai ser um verdadeiro trunfo na nossa missão de ajudar o povo venezuelano a restaurar totalmente a democracia e a prosperidade do seu país”.

“Esta crise na Venezuela é profunda, difícil e perigosa, e mal posso esperar para começar a trabalhar”, disse Abrams, numa curta declaração aos jornalistas.

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