Indicação é de níveis elevados de poluentes no ar, como partículas finas (PM2.5), provenientes principalmente da queima de biomassa, que se tornam ainda mais intensas durante o período de estiagem e queimadas
Manaus amanheceu novamente encoberta de fumaça, nesta terça-feira (27), com a qualidade do ar considerada muito ruim e péssima pelo Selva (Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental) da UEA (Universidade do Estado do Amazonas).
A capital amazonense está encoberta por fumaças desde a tarde de segunda-feira (26). A visibilidade nas ruas é baixa, obrigando motoristas a usarem farol acesso e trafegarem com velocidade reduzida.
De acordo com o Selva, oito zonas de Manaus estão com o ar péssimo, enquanto em outras sete áreas o ar é considerado muito ruim. Em apenas duas regiões urbanas o ar está moderado.
Para ser considerado de boa qualidade, o ar precisa medir entre 0 e 25 μm/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR).
Os voos que partem e chegam a capital não foram afetados. Na área do Tarumã, onde fica localizado o Aeroporto Eduardo Gomes, a qualidade do ar é considerada péssima. A nuvem de fumaça é reflexo das queimadas no interior do Amazonas.
A especialista em Percepção Ambiental da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) Amélia Batista, disse que a fumaça que encobre Manaus é causada por focos de incêndios criminosos, detectados em diversos municípios.
Para a especialista, parece que a fumaça que se mantém no céu de Manaus “virou uma questão da natureza e do verão” e que tira a responsabilidade das autoridades públicas.
Cuidados
A classificação “péssima” é um sinal de alerta máximo, onde até mesmo pessoas saudáveis podem começar a sentir os efeitos adversos da exposição ao ar poluído.
Entre os sintomas mais comuns relatados em dias de qualidade do ar ruim estão irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse, falta de ar, e agravamento de doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite.
Médicos e especialistas alertam que, em dias de fumaça intensa, é fundamental tomar algumas precauções como evitar atividades físicas ao ar livre, manter-se hidratado, utilizar máscaras PFF2/N95 e permanecer em ambientes fechados, caso possível.
As autoridades de saúde também recomendam que, em casos de dificuldade respiratória severa, busque atendimento médico imediato.
Conforme o último boletim sobre a estiagem divulgado pelo Governo do Amazonas, de junho até o dia 25 de agosto, mais de 10,451 mil focos de incêndio foram combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM). Sendo 868 incêndios na capital e 9,5 mil no interior do estado.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já realizou 306 embargos, totalizando 16.664,0109 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas no valor de R$ 83,9 mil com 291 autos de infração e 27 termos de apreensão lavrados, além de 161 prisões e detenções relacionadas a crimes ambientais.