O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira (16) que a indicação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, para o cargo de embaixador nos Estados Unidos está “definida”.
Bolsonaro afirmou, no entanto, ainda faltam algumas etapas a serem cumpridas para formalizar a nomeação.
“Da minha parte está definido. Conversei com ele anteontem [domingo]. Há interesse. A gente fica preocupado, é uma tremenda responsabilidade. Acho que, se tiverem argumentos contrários, que não seja isso que se fala por aí. Não é nepotismo, tem uma súmula do Supremo nesse sentido”.
disse Bolsonaro.
Eduardo tem 35 anos, idade mínima para ser embaixador, e nenhuma experiência diplomática. O deputado, no entanto, usa como argumentos em sua defesa os fatos de ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara desde o início do ano e de ter feito intercâmbio nos EUA.
Legalmente viável – O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira, 15, que é “legalmente viável” a eventual indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
Ele não soube dizer se a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) elaboraram pareceres sobre a possibilidade de o presidente nomear um de seus filhos para um dos postos mais prestigiados da diplomacia.
Em conversa com jornalistas, na noite desta segunda-feira, o porta-voz leu uma nota de Bolsonaro, na qual ele defende que “a indicação de embaixadores para qualquer nação com a qual o Brasil mantenha relações diplomáticas é uma atribuição única e exclusiva do chefe do Poder Executivo”.
“A eventual designação do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos é legalmente viável; ele detém a total confiança do presidente Bolsonaro e o acesso facilitado ao mandatário daquela nação amiga; é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados; é conhecedor de relações internacionais; e tem acompanhado comitivas do governo lideradas pelo presidente e internalizado os princípios da atual política externa do Brasil”, disse Bolsonaro na nota.