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Jornalista Alex Braga é preso e vai parar no hospital

A Polícia Civil do Amazonas prendeu, na noite dessa terça-feira (12), no Tarumã, na zona Oeste de Manaus, o jornalista amazonense Alex Braga, acusado de estuprar, ameaçar e perseguir a prima de sua ex-mulher, de 29 anos. Ele foi levado para a Delegacia da Mulher, no Parque Dez, na zona Centro-Sul, onde passou mal na carceragem – teve um pico de pressão – e foi medicado no pronto-socorro do Hospital 28 de Agosto, na madrugada desta quarta-feira (13).

Ele era considreado foragido desde o último dia 22 de outubro. Na semana passada, Ele se apresentou espontaneamente na Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap) para colocar tornozeleira eletrônica, mas foi embora sem colocar o equipmento porque não havia disponível no momento.

Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, a advogada de Alex Braga, Catarina Estrela, classificou como “ilegal” a prisão temporária do jornalista, porque ele compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos no dia 6 de novembro, apresentou testemunhas para contestar as acusações e que essas informações não foram repassadas à Justiça do Amazonas, além de que a detenção foi realizada em horário noturno.

“É uma grande injustiça o que o Alex está passando”, destacou, ressaltando que a acusação é mentirosa.

A advogada ainda afirmou que a defesa foi pega “completamente de surpresa”, porque alguns documentos do processo teriam sido “escondidos” dela.

Ela também disse que ele é alvo de perseguição política por causa de reportagens divulgadas em outubro, em meio à eleição para a Prefeitura de Manaus, e que não há “contemporaneidade” nessa situação, uma vez que a acusação é de 2023.

“Um ano e meio depois se ressuscita um boletim de ocorrência sem elemento probatório nenhum, porque não tem exame nenhum que comprova as alegações”, afirmou.

Estrela falou ainda que teme pela saúde de Alex Braga, que estaria com um “problema de saúde grave”, e pela iminência de o jornalista ser transferido para uma unidade prisional em que haja membros de facções criminosas, uma vez que ele já se posicionou contra essas organizações.

Alex Braga também é presidente estadual do PRD de Roraima e chegou a ser pré-candidato à Prefeitura de Boa Vista nas últimas eleições.

O caso

No mês passado, a polícia amazonense pediu a prisão preventiva do suspeito ao considerar o estupro, ocorrido em março de 2023, quando a prima de sua mulher se hospedou na casa dele para ajudar nos cuidados de sua atual ex-mulher, que estava em período de pós-parto.

Em depoimento na política, ela relatou que uma noite noite Alex Braga a acordou pedindo para entrar no quarto em que ela dormia. Ele estava só de roupa íntima e portando uma arma de fogo, momento em que a intimidou e estuprou.

A mulher relata que, meses após o crime, engravidou do jornalista, o qual foi informado da situação. Para encobrir o crime, o acusado obrigou a vítima a abortar tiomando o remédio Citotec e chegou a oferecer R$ 50 mil para que ela não contasse a ninguém.

A vítima relata que não aceitou o suborno e saiu da casa do acusado, voltando para a casa da mãe, em Jutaí, no interior do Amazonas. A mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência e informou que só deu prosseguimento às denúncias recentemente, porque se sentiu perseguida ao receber diversas ligações e após pessoas desconhecidas irem até sua mãe perguntar por ela.

No depoimento à Polícia Civil, a vítima ainda relatou que a situação e o medo de perder a vida lhe causou transtornos psicológicos, como crise de pânico e insônia.

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