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Lideranças indígenas decidem aceitar mineração de potássio em Autazes

O resultado de Assembleia Geral realizada na última quinta (21) e sexta-feira (22) foi apresentado nesta segunda-feira (25)) ao governador do Amazonas, Wilson Lima , por lideranças indígenas que representam 36 aldeias da etnia mura e cerca de 12 mil indígenas do município de Autazes, a 112 km de Manaus.

Eles entregaram na sede do governo do estado uma ata e relatório da Assembleia Geral que apresenta a decisão deles pela aceitação e implantação do Projeto Potássio Autazes.

A empresa Potássio do Brasil foi convidada para participar da Assembleia e do evento de hoje, que contou com a participação de deputados e secretários estaduais, além do presidente do IPAAM, órgão responsável pelo licenciamento ambiental do Projeto.

Segundo o governador, o apoio da lideranças indígenas é importante para o desenvolvimento de Autazes, como para o Amazonas, com a possibilidade de consolidação de uma nova matriz econômica para o estado.

“Esse é um dia muito importante, é um dia histórico porque a gente está a um passo significativo para mudar a vida das pessoas que moram no estado do Amazonas, para mudarmos, sobretudo, a vida das pessoas que estão ali no município de Autazes. Esse é um passo fundamental e eu considero o passo mais importante, que é o processo de consulta ao povo Mura sobre essa atividade da exploração do potássio no município de Autazes”, destacou Wilson Lima.

“A gente está falando aqui de uma outra matriz econômica no estado do Amazonas. Nós temos a Zona Franca, nós não abrimos mão dela, temos a questão do gás natural, que a gente já conseguiu avançar muito, e o próximo passo é agora a questão do potássio”, completou.

Na ocasião, representando os muras, coordenador geral do Conselho Indígena Mura (CIM), José Cláudio dos Santos Pereira, entregou ao governador um ofício e um relatório da Assembleia Geral aceitando a implantação do projeto Potássio Autazes.

“Para nós, é muito importante porque isso representa o futuro, o avanço econômico de Autazes e do estado do Amazonas. Mas é importante destacar que o povo mura entende que estamos caminhando juntos com a Justiça Federal e não queremos afrontá-la, entendemos que o Ipaam é o órgão licenciador e que deve dar segmento ao processo”, disse.

O presidente da Potássio Brasil, Adriano Espeschit, lembrou que o potássio produzido no mundo é um importante fertilizante e que o Brasil é dependente de importação deste potássio.

“Esse é um novo momento para Autazes, para o Amazonas, para o Brasil e porque não dizer para o mundo porque a segurança alimentar depende dos fertilizantes para o agronegócio, para alimentar pessoas e eliminar a fome nesse nosso mundo. E como disse o presidente Lula, na abertura da Assembleia da ONU, mais de 750 milhões de pessoas estão passando fome. E esse é um projeto estratégico para acabar com a fome no mundo. Vamos trabalhar com os próximos passos para que possamos avançar no licenciamento e iniciar a instalação do empreendimento em Autazes”, explicou.

Participaram do encontro com o governador, além de lideranças indígenas, o presidente da Potássio do Brasil e sua diretoria, os deputados estaduais Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Sinésio Campos, Felipe Souza e Delegado Péricles; e os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa; de Mineração, Gás e Energia (Semig), Ronney Peixoto; o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony; o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam ), Juliano Valente; e o prefeito de Autazes, Andreson Cavalcante.

Potencial

O consumo brasileiro de Potássio é de 12,6 milhões de toneladas. Somente o Projeto Potássio Autazes, produzindo 2,2 milhões de toneladas por ano pode gerar 20% do consumo brasileiro anual.

A Potássio do Brasil possui projeto pronto para iniciar a construção da estrutura de exploração em Autazes, que está em fase de licenciamento ambiental. O investimento previsto é de U$ 2,5 bilhões e a vida útil do projeto aprovado até o momento é de 23 anos.

Cerca de 95% do potássio produzido no mundo é utilizado para a produção de fertilizantes, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração.

Embora o Brasil seja um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, o país importa 85% dos seus fertilizantes utilizados na agricultura.

O Projeto Potássio Autazes prevê cerca de 30 programas socioeconômicos e ambientais que se somarão ao Programa proposto pelo Povo Mura – O Plano Bem Viver Mura, conforme proposto pelo Presidente da Potássio do Brasil na última Assembleia Geral da Aldeia da Terra Preta da Josefa e aceito por mais de 90% dos presentes.


[Governador do Amazonas, Wilson Lima recebe das mãos de Cláudio Mura o relatório da Assembleia ao lado do presidente da Potássio do Brasil, Adriano Espeschit.

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