O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira (30) que está pronto para dialogar com a oposição e se mostrou favorável à organização de eleições legislativas antecipadas para superar a crise política.
Desde segunda-feira (21), o país enfrenta uma onda de protestos que já deixou 40 mortos e 850 detidos, segundo a ONU. O país deve enfrentar nesta quarta uma nova manifestação da oposição, convocada pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, que pediu sanções à União Europeia.
“Estou disposto a comparecer à mesa de negociações com a oposição, para falar sobre o bem da Venezuela, pela paz e seu futuro”, declarou Maduro à agência de notícias russa RIA Novosti. A conversa poderia contar com a presença de mediadores internacionais.
O Parlamento da Venezuela é, desde o início de 2016, controlado pela oposição a Maduro. No entanto, em agosto de 2017 a Assembleia Constituinte, instaurada como uma solução para a crise e formada apenas por chavistas, assumiu seus poderes legislativos. Neste ano, o Parlamento elegeu Juan Guaidó como seu presidente e declarou Maduro “usurpador”, mas teve seus atos anulados pelo Tribunal Supremo de Justiça, de linha governista.
O apelo por eleições “livres e credíveis” foi feito pelo União Europeia logo depois de o presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição, Juan Guaidó, autodeclarar-se presidente interino da Venezuela na quarta-feira (23).