O padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, suspeito de pedofilia em Coari, no interior do Amazonas, deve participar da reconstituição do aborto que obrigou uma adolescente fazer.
Segundo a polícia, ele engravidou uma vítima, a forçou a realizar o aborto e enterrou o feto no quintal da casa de um amigo.
Com ele foram apreendidos mais de R$ 30 mil, além de mais de 260 vídeos de cenas de sexo com adolescentes e com outras pessoas, segundo a polícia.
Segundo a polícia, a adolescente era abusada sexualmente pelo padre desde os 14 anos e foi vítima de vários crimes. Em decorrência do estupro sofrido, ela chegou a engravidar do religioso.
“Esse homem foi o responsável por fornecer à adolescente um medicamento, que ela ingeriu e resultou no aborto. O feto foi expelido no quintal da casa dele e enterrado no local. Isso foi confirmado tanto por fotos quanto pelo depoimento da vítima”, explicou Barradas.
Na delegacia, ele confessou a prática do crime e chegou a ir com a polícia ao local onde supostamente enterrou o feto retirado da adolescente. Após uma vistoria no local, nada foi encontrado pela equipe policial.
Segundo a polícia, o padre segue preso e deve participar da reconstituição do aborto que obrigou a vítima fazer.
Prisão do padre
Durante a prisão do religioso, ocorrida no domingo, na igreja onde exercia a função de pároco, os investigadores encontraram ele na cama com uma jovem que tinha acabado de completar 18 anos, o que significa, de acordo com a polícia, que ele mantinha relações com essa jovem desde quando era menor de idade.
Além de manter relações com a vítima, ele solicitava que ela trouxesse amigas para que todos participassem de relações sexuais em conjunto, apontou a polícia.
“Foram apreendidos mais de R$ 30 mil em espécie no quarto dele, além de mais de 260 vídeos de cenas de sexo com adolescentes e com outras pessoas. Todo o material vai ser analisado pela perícia, juntamente com o notebook dele’, relatou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam, pois há a possibilidade de que outras pessoas estejam envolvidas. Depoimentos de testemunhas indicaram que o padre aliciava outras pessoas.
Considerando todos esses elementos, os alvos investigados irão responder por omissão de assistência a crianças e adolescentes, com penas que variam de 6 meses a 3 anos de detenção, estupro de vulnerável.
Além dos Art. 125 do Código Penal (CP), que trata do abortamento realizado por terceiro com pena de reclusão de 1 a 3 anos; e no Art. 147 que define o crime de ameaça combinado com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
Na quinta-feira (22), um homem de 34 anos, amigo do padre que o ajudou a adolescente, vítima do religioso, a realizar o aborto, também foi preso pela polícia de Coari.