O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, defendeu na tarde de ontem, 25, uma solução pacífica para a crise na Venezuela e afirmou que é preciso “buscar caminhos” para o presidente Nicolás Maduro “ir embora” do país, juntamente com membros mais próximos de seu governo, e com isso ter início uma transição rumo à democracia.
“O Brasil vai buscar de todas as formas que não haja conflito”, disse Mourão, destacando que o Planalto buscará trabalhar em cima de pressão diplomática e política, como o não reconhecimento do regime de Maduro e o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino.
‘Ninguém quer confusão lá’, diz comandante do Exército sobre crise na Venezuela
O comandante do Exército brasileiro, Edson Leal Pujol, disse nesta terça-feira (26) concordar com a decisão do Grupo de Lima de não haver intervenção militar na Venezuela porque “ninguém quer confusão lá, muito menos envolvendo dois países”.
O Grupo de Lima, integrado por representantes de 14 países da região, rejeitou na segunda-feira (25) uma ação militar na Venezuela, apesar da pressão dos Estados Unidos.
O Grupo de Lima foi criado, em 2017, por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar o regime Nicolás Maduro a restabelecer a democracia na Venezuela. Além de Brasil e Peru, mais 11 países integram o grupo: Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.
Questionado se considerava que essa decisão havia sido a mais prudente, Pujol respondeu: “É óbvio que todos nós queremos a paz, é óbvio. Ninguém quer confusão lá, muito menos envolvendo dois países”.
Pujol deu a declaração ao deixar o Senado, após fazer uma visita de cortesia ao presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Nesta segunda-feira (25), na reunião do Grupo de Lima, na Colômbia, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou o governo brasileiro acredita em uma solução “sem qualquer medida extrema”para, segundo ele, “devolver a Venezuela ao convívio democrático das Américas”.
Operação acolhida
O general disse ainda que não tem previsão de retirada das tropas brasileiras da região.
“As tropas vão ficar lá porque tem duas missões. Estamos numa operação de acolhida e essa operação vai continuar enquanto houver um fluxo de refugiados, por isso a nossa permanência lá. E tem uma operação de garantia da lei e da ordem pedida pelo governo do estado”, explicou.
Ao comentar o clima na fronteira entre Brasil e Venezuela, disse que, “felizmente, os ânimos se acalmaram”.