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Presos executores de afilhado de ‘Zé Roberto’ em Santa Catarina

Quatro suspeitos de envolvimento na execução de Marcos Gama Barroso, de 45 anos, vulgo “Marcola”, afilhado de um dos maiores traficantes do Amazonas, Zé Roberto da Compensa, foram presos hoje (4) à tarde na BR 116, em São Paulo, quando seguiam em direção do Rio de Janeiro. O crime aconteceu na manhã desta segunda-feira (4), em frente a uma creche quando ele deixava o filho acompanhado da mulher.

Dois homens foram detidos em Registro (SP) e os outros dois em Itapecerica da Serra (SP). O crime ocorreu por volta das 7h45, em frente à Unidade de Educação Infantil Hilário Buzzarello, no bairro Tapajós, na cidade de Indaial, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina.

Os quatro homens seriam membros do Comando Vermelho estavam viajando num T Cross. As informações são da Polícia Rodoviária Federal de São Paulo.

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Suspeitos estavam indo para o Rio de Janeiro. A dupla presa em Registro foi abordada no quilômetro 446 da BR-116, por volta das 14h10. Eles estavam em um carro alugado. Um deles já tinha um mandado de prisão por homicídio.

A execução

Câmeras de segurança gravaram o momento da execução. Nas imagens, é possível ver que um carro para na frente do veículo da vítima. Dois homens descem e disparam contra a vítima.

A Polícia Civil informou que foi feito exame do local de crime e foram ouvidas testemunhas na delegacia. O veículo utilizado pelos criminosos já foi recuperado e será periciado nas próximas horas

Marcola tinha mandado de prisão em aberto e possuía vínculo com organização criminosa de José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, de 52 anos, que fundou a líder da organização criminosa Família do Norte (FDN), que a partir de 2016 passou a rivalizar com o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) pelo controle das bocas-de-fumo de Manaus e pelo tráfico de drogas na rota que passa pelo estado escoando a produção de maconha e cocaína plantadas da Colômbia e Peru para o resto do país e a Europa.

Em 1° de janeiro de 2017, 56 presos foram mortos após um tumulto ocorrido no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus. Eles eram integrantes do PCC e da FDN, que havia se aliado (CV) para exterminar o PCC no Amazonas. Atualmente o PCC domina o tráfico de drogas nas fronteiras do Brasil, o que aumenta a tensão com o CV.

A FDN atualmente é considerada extinta no Amazonas. Ela não resistiu as rixas da facção com a sua antiga aliada Comando Vermelho. Em 2019, a FDN e o CV romperam aliança após um racha interno na FDN. Zé Roberto, João Branco e Gelson Carnaúba, considerados os fundadores da FDN, entraram em conflito, o que gerou mortes nas ruas da capital amazonense. 

Criminosos então ligados a Gelson Carnaúba, eles ingressam no Comando Vermelho após o Mano G, como também é conhecido, mudar de lado na guerra. Criminosos ligados a Zé Roberto continuaram na FDN. Com a FDN enfraquecida após a expansão do CV, criminosos comandados pelo filho de Zé Roberto, o L7, criaram a facção Cartel do Norte, o CDN, que tinha uma aliança com outra facção amazonense, os Revolucionários do Amazonas (RDA).

O RDA era uma dissidência criada a partir de membros que eram do CV e saíram da facção carioca. O CDN manteve-se ativo até 2022, onde criminosos do Comando Vermelho mataram seu principal líder, o L7, filho do Zé Roberto da Compensa. 

Atualmente, ações casadas apontam uma aliança entre o RDA e o PCC contra o avanço do Comando Vermelho no Amazonas. 

Zé Roberto foi apontado como liderança dentro do sistema penitenciário estadual amazonense e responsável por rebeliões no estado, o que motivou sua transferência para a Penitenciária Federal de Campo Grande.

A informação é do delegado Filipe Martins, que preside o inquérito. Marcola vinha sendo ameaçado de morte há algum tempo, por ter trocado de organização criminosa, o que teria desagradado o grupo rival.

Desde então vinha sendo perseguido pelo grupo criminoso. Para despistar quem o ameaçava, ele, acompanhado da mulher e do filho, decidiu morar em Santa Catarina e, ao longo dos últimos anos, residiu em várias cidades.

De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, apesar do fato ter ocorrido nas proximidades de uma creche, não há tem nenhuma correlação do atentado com a instituição de ensino.

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