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Com segunda maior arrecadação do AM, Coari segue sem prefeito

Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas mantém cassação de Adail Pinheiro e decide realizar novas eleições na cidade, mas ainda sem data definida

Robson Tiradentes, do PSC é o principal candidato na tentativa de derrotar a família pinheiro

Desde a cassação do prefeito eleito de Coari, Adail Filho, em dezembro de 2020, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) – confirmada em abril deste ano pelo Tribunal Superior Eleitoral. – a cidade vive a expectativa de uma nova eleição que nunca acontece, em função de sucessivos recursos da defesa do ex-prefeito.

Quatro meses depois da decisão superior, o processo andou mudando de gaveta e está nas mãos do ministro Carlos Horbach, do TSE, que vai analisar o Recurso Especial Eleitoral da defesa.

Enquanto isso, a população vive na pobreza em cidade rica de petróleo e afundada na corrupção. Rica em royalties, localizada à beira do rio Solimões, Coari tem a segunda arrecadação do Amazonas. Perde para a capital. Lá está a plataforma de Urucu, da Petrobras. Muito dinheiro em beneficio de poucos.

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Entenda a situação – Em março deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) rejeitou os recursos ingressados pelo ex-prefeito de Coari, Adail Filho (Progressita), e manteve a decisão de realizar novas eleições na cidade. Ele teve o registro de candidatura cassado, no final do ano passado, depois de ser reeleito nas eleições de 2020 com Keitton Pinheiro como vice.

No julgamento que decidiu por novas eleições, os juízes eleitorais consideraram que a eleição de Adail configurou o terceiro mandato consecutivo dentro do mesmo núcleo familiar.

Nos embargos, ele alegou que a Justiça já havia reconhecido a ruptura do exercício do grupo familiar em Coari desde 2014. Por meio de nota, Adail disse que respeita a decisão do TRE-AM, mas que iria recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter a decisão.

Saiba maisNo entendimento do TRE-AM, Adail feriu a legislação eleitoral que proíbe que integrantes do mesmo núcleo familiar exerçam mandados por mais de duas legislaturas consecutivas.

O pai do prefeito, Adail Pinheiro foi eleito em 2012, mas cassado pela justiça em 2014. Na ocasião, Raimundo Magalhães assumiu o cargo e completou o mandado. No entanto, em 2016, Adail foi eleito prefeito e reeleito em 2020.

Família Pinheiro – No ano passado, Adail Filho foi preso durante a Operação Patrinus por suspeita de montar um esquema de corrupção que desviou, pelo menos, R$ 100 milhões.

Segundo as investigações, Adail Filho pagava fornecedores que não recebiam da prefeitura há anos. Em troca, cobrava dos empresários 30% do valor da dívida. Ainda segundo o MP, o prefeito também arrecadava propina fraudando licitações.

Adail Filho e Mayara Pinheiro são filhos de Adail Pinheiro – acusado de comandar uma rede de pedofilia em Coari. Adail Pinheiro foi preso pela primeira vez em 2008 na Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões.

À época, os policiais também colheram indícios de que Adail chefiava uma rede de exploração sexual que contava com servidores públicos para identificar e aliciar as vítimas. Em 2014, ele foi denunciado por pedofilia e condenado por comandar um esquema milionário de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Coari. Já em 2017, Adail Pinheiro recebeu indulto e teve extinção da pena de prisão de mais de 11 anos.

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