Gustavo Bebianno é o pivô da primeira crise política do governo do presidente Jair Bolsonaro, gerada pela suspeita de que o PSL, partido de Bolsonaro, fez uso de candidatura “laranja” nas eleições de 2018 para desviar verbas públicas.

A edição desta segunda-feira, 18, do Diário Oficial da União foi publicada sem a exoneração do ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência). A oficialização da demissão do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é esperada para hoje, após o ministro ter sido chamado publicamente de mentiroso por Bolsonaro e seu filho, Carlos.
Segundo interlocutores no Palácio do Planalto, a saída do ministro já foi decidida e assinada por Bolsonaro. Uma edição extra do Diário Oficial pode ser publicada ainda nesta segunda para formalizar a demissão. Na edição ordinária desta segunda, constam duas portarias assinadas na sexta 15.
A crise começou em meio a denúncias de participação de Bebianno na distribuição de dinheiro público para abastecer “candidaturas laranjas” do PSL. O ministro declarou, em 12 de fevereiro, que havia conversado “três vezes” com Bolsonaro, quando o presidente ainda estava internado no hospital Albert Einstein, para minimizar a repercussão do caso.
No dia seguinte, porém, Carlos Bolsonaro publicou no Twitter que a fala de Bebianno foi uma “mentira absoluta” e mostrou um áudio no qual Jair Bolsonaro, ainda internado após a retirada da bolsa de colostomia, diz que não iria “falar com ninguém” durante a recuperação. Horas depois, o próprio presidente endossou a mensagem.