Após queda de ponte no Rio Curuçá, usuários da rodovia federal que liga Porto Velho a capital amazonense recorrem a AM-354 para chega ao destino
A queda da ponte no km 23 sobre o Rio Curuça na BR-319 (Manaus-Porto Velho) transformou a Estrada do Manaquiri (AM-354) numa rota alternativa para os motoristas. Usuários tem utilizado a rodovia estadual para continuar a viagem e chegar até o destino.
Com 43 km de extensão, ela começa no entroncamento com a BR-319, indo ao município de Manaquiri – antes de onde a ponte caiu e impede a travessia até Manaus.
Localizada na Região Metropolitana de Manaus, a via permite chegar até o porto do Manaquiri, de onde é possível o acesso de balsa a Manacapuru, de onde os motoristas pode chegar até a capital amazonense pelos 80 km da AM-070, ou seguir direto até o Porto do Ceasa, onde começa a BR-319 – uma viagem de até quatro horas.
Mas a viagem fluvial tem provocado longas filas e exigido gastos extras para os motoristas de caminhões, ônibus e veículo particulares. Os donos de balsas tem cobrado pelo frete de R$ 2,5 mil até R$ 5 mil para caminhões e ônibus.
“Tenho de entregar a carga em Manaus, mas para completar a viagem de balsa os donos estão cobrando até R$ 5 mil do Manaquiri até Manaus”, disse o caminhoneiro de Curitiba, Douglas de Paula, nesta quarta-feira (5), em entrevista para a Rede Amazônica.
Cargas perecíveis tem se estragado nos caminhões estacionados na estrada há dias porque não tem como pagar para realizar a travessia de balsa. A rodovia AM-354 é fundamental no escoamento da produção agroindustrial de Manaquiri, que produz óleo vegetal em larga escala e também serve de integração para a região metropolitana de Manaus.
A Prefeitura de Manaquiri está prestando apoio aos caminhoneiros neste momento de espera com alimentação e local para descanso dos motoristas.
“Estamos aqui na fila da balsa. Uma ponte aqui no Manaquiri seria de grande importância, pois a cidade neste momento é rota alternativa para mercadorias que passam pelas estradas do Amazonas”, disse o caminhoneiro.
Diante do crescimento do movimento, o município de Manaquiri criou um Comitê de Crise para dar conta das demandas crescentes com a chegada dos visitantes e organizar as ações emergenciais.
“Muitos caminhões vindo para Manaquiri. Tirei os caminhoneiros de dentro da cidade, que já estavam provocando transtornos na rotina dos moradores”, informou a coordenadora do Comitê de Crise, Maria Souto.
Para deixar a situação ainda mais tensa, a vazante do rio que banha o município preocupa. Com o nível do rio baixando nos próximos dias, existe o rísco das balsas não conseguirem atracar no porto da cidade e interromper esse tráfego de Manaqueri a Manacapuru ou até o porto do Ceasa em Manaus.
Ponte provisória
Enquanto os motoristas buscam alternativas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e o Exército Brasileiro trabalham para a instalação de uma ponte militar de campanha, com capacidade para suportar um tanque de guerra, para normalizar o tráfego na BR-319.
Uma carreta com 60 toneladas de carga no fundo do Rio Curuçá tem impedido a estrutura metálica no local onde ponte que desabou. Devido a isso, o Dnit está limpando uma área ao lado da ponte para construir um desvio que servirá de acesso a ponte provisória colocada pelo Exército. O que deve acontecer nas próximas 24 horas, após o resgate da carreta.