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EUA cogita facilitar visto para brasileiros e apoia entrada do Brasil na OCDE

Até o momento, o principal acordo firmado entre Brasil e EUA durante a viagem de Bolsonaro viabiliza o uso comercial da base de lançamento de Alcântara, no Maranhão.

Durante o encontro entre Jair Bolsonaro e Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos afirmou que pensa em facilitar o visto dos brasileiros para a entrada no país. “Estamos pensando muitas coisas em diferentes opções. Também estamos pensando facilitar os vistos [para brasileiros]. Mas o comércio que temos com o Brasil não é tão bom como deveria ser. Temos que trabalhar para que seja o melhor possível”, declarou Trump.

É importante lembrar que o governo brasileiro liberou na última segunda-feira, 18, a entrada de cidadãos dos EUA no Brasil sem a necessidade de visto. A decisão foi unilateral e, de acordo com o governo federal, tem como objetivo aumentar o turismo no país e gerar empregos relacionados à área.

OCDE

Durante encontro na Casa Branca com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que apoia o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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A declaração foi dada à imprensa durante reunião entre os dois presidentes, em Washington. Bolsonaro chegou à Casa Branca às 13h04 e foi recebido logo na entrada do prédio por Trump.

A OCDE atua como uma organização para cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas que devem guiar os países que dela fazem parte. Para entrar no acordo, são necessárias a implementação de uma série de medidas econômicas liberais, como o controle inflacionário e fiscal. Em troca, o país ganha um “selo” de investimento que pode atrair investidores ao redor do globo.

Mais cedo, de acordo com a agência Reuters, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os Estados Unidos querem que o Brasil deixe a lista de países de tratamento especial e diferenciado da Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio norte-americano à entrada brasileira na OCDE.

A lista de países de tratamento especial e diferenciado da OMC, em que os países se autodenominam, dá vantagens especiais como mais tempo para cumprir acordos e outras flexibilidades.

De acordo com a Reuters, o governo norte-americano, contrário à lista, quer terminar com o modelo, do qual o Brasil participa até hoje, e quer ajuda do governo brasileiro.

Questionado sobre o que esperava que Bolsonaro levasse como resultado da visita aos Estados Unidos, Trump afirmou que o país tem “muitas coisas” que o Brasil gostaria, como o comércio.

“Estamos trabalhando nessas coisas. Um dos aspectos é o comércio. O Brasil fabrica ótimos produtos e nós produzimos ótimos produtos. No passado, nosso comércio nunca foi tão bom quanto deveria ser. Em alguns casos, deveria ser muito mais. Então achamos que nosso comércio com o Brasil aumentará substancialmente em ambos os sentidos e estamos ansiosos para isso”, afirmou Trump.

No encontro, os presidentes trocaram camisas das seleções de futebol do Brasil e dos Estados Unidos e citaram a admiração mútua pelo ex-jogador Pelé, considerado o rei do futebol.

Venezuela

Um dos temas previstos para o encontro entre Trump e Bolsonaro é a situação da Venezuela. Brasil e EUA não reconhecem o governo de Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino do país.

Trump já afirmou que enviar militares ao país sul-americano “certamente é uma opção”. O governo brasileiro tem declarado que não participaria de uma intervenção na Venezuela. Bolsonaro, contudo, citou nesta segunda (18) a capacidade “bélica” dos norte-americanos ao dizer que é preciso “resolver a questão da Venezuela”.

No início desta madrugada, Bolsonaro concedeu entrevista ao canal Fox News e disse querer que a Venezuela “volte à democracia” e que o Brasil é o país mais interessado em pôr fim ao governo Maduro.

Na declaração à imprensa na tarde desta terça, Trump falou sobre a situação da Venezuela e voltou a dizer que “todas as opções estão na mesa” e que ainda não discutiu participação militar do Brasil na Venezuela.

Acordo de Alcântara

Até o momento, o principal acordo firmado entre Brasil e EUA durante a viagem de Bolsonaro viabiliza o uso comercial da base de lançamento de Alcântara, no Maranhão.

O acordo de salvaguardas tecnológicas, que precisará da aprovação do Congresso Nacional para entrar em vigor, preserva a tecnologia dos dois países e viabiliza o lançamento de foguetes e satélites pelos EUA a partir da base maranhense, que continuará sob jurisdição brasileira.

Durante a viagem, o governo publicou um decreto assinado por Bolsonaro que permitirá, a partir de 17 de junho, que turistas de EUA, Austrália, Canadá e Japão entrem no Brasil sem a necessidade de visto.

A medida foi “unilateral”, ou seja, não muda a forma de os cidadãos brasileiros entrarem nesses países. De acordo com o Ministério do Turismo, a dispensa do visto foi adotada a fim de incentivar o turismo no país, com a geração de emprego e renda no Brasil.

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