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Projeto de Sérgio Moro prevê rigor contra Família do Norte

Uma das medidas previstas no Projeto de Lei Anticrime, apresentado hoje pelo Ministro da Justiça, Sérgio Moro, a governadores e secretários de Segurança dos Estados brasileiros, prevê o agravamento de pena a integrantes de facções criminosas e cita nominalmente a facção Família do Norte, criada no Amazonas.

A facção é citada no capítulo VI do projeto, que altera a lei 12.850/2013, que trata sobre a alteração do conceito de organização criminosa, junto com outras facções que atuam no Estado, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho.

O texto proposto pelo Ministério da Justiça diz que “Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, e que: (…)se valham da violência ou da força de intimidação do vínculo associativo para adquirir, de modo direto ou indireto, o controle sobre a atividade criminal ou sobre a atividade econômica, como o Primeiro Comando da Capital, Comando Vermelho, Família do Norte, Terceiro Comando Puro, Amigo dos Amigos, Milícias, ou outras associações como localmente denominadas”.

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Pela proposta, também fica estabelecido que lideranças de organizações criminosas armadas devem iniciar o cumprimento de pena em presídios de segurança máxima, além de proibir a progressão de regime .

Tramitação

O texto será enviado ao Congresso Nacional nos próximos dias. Norteado pelo combate à corrupção, ao crime organizado e aos crimes violentos, a proposta é uma das metas prioritárias dos primeiros 100 dias de governo.

A medida é prioridade do ministro Sérgio Moro para implantar uma agenda com apoio dos Estados para reduzir a criminalidade em todas as regiões. “O crime organizado alimenta a corrupção, que alimenta o crime violento. Boa parte dos homicídios estão relacionados à disputa por tráfico de drogas ou dívida de drogas. Por outro lado, a corrupção esvazia os recursos públicos que são necessários para implementar políticas públicas efetivas”, sustentou.

O ministro também destacou o potencial destrutivo da corrupção no país, que envolve empresários em esquemas de pagamentos de propina e extorsão que tem efeitos na economia. “A corrupção acaba tendo uma espécie de imposto obscuro”, apontou.

Nos últimos anos, o Brasil registrou queda acentuada em ranking mundial da corrupção, passando da 46ª posição, em 2001, para a 96ª, em 2017, segundo levantamento da ONG Transparência Internacional.

Além de medidas para aplacar a corrupção e melhorar a segurança pública, ele ressaltou que as medidas que serão anunciadas também beneficiarão o ambiente de negócios e, consequentemente, o desenvolvimento do Brasil.

Plano de governo

A proposta faz parte das 35 metas apresentadas pelo governo federal nesta quarta-feira (23) e que envolvem todos os ministérios.

Outro compromisso do Ministério da Justiça e Segurança Pública nos primeiros 100 dias de governo é a recomposição do efetivo de policiais envolvidos na Operação Lava Jato no Distrito Federal, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Serão mais de 50 policiais federais com dedicação exclusiva às investigações da Operação Lava Jato.

O decreto que facilita a posse de armas, construído com a colaboração do ministério, já foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em 15 de janeiro.

Com Portal A Crítica

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