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Acusado de mandar matar Bruno e Dom, ‘Colômbia’ é temido na fronteira

Rubén Dario da Silva Villar, o “Colômbia”, apontado pela Polícia Federal como mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, em 5 de junho do ano passado, no Vale do Javari (AM), no município de Atalaia do Norte, na região da tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru. Ele também é investigado por um esquema de pesca ilegal e venda de peixes na reserva indígena.

“Colômbia” nega as acusações, mas está na mira da PF há anos. Havia contra ele indícios de que ele liderava e financiava uma associação criminosa armada que comercializava grande quantidade de pescado exportado para países vizinhos, segundo apurou a PF dias após o crime.

A população ribeirinha, indígenas, indigenistas e policiais também apontam suspeita de vínculo de “Colômbia” com o tráfico internacional de drogas.

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A suspeita é de que “Colômbia” exercia influência sobre comunidades ribeirinhas para extração ilegal dentro da reserva do Javari. Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Jefferson Lima da Silva, o Pelado da Dinha — também envolvidos nas mortes –, seriam fornecedores de “Colômbia”.

“Colômbia” se apresentou voluntariamente no ano passado à polícia e negou relação com as mortes de Bruno e Dom. Ao mostrar documentos, porém, notou-se uma divergência. Ele exibiu um documento brasileiro, que atestava que havia nascido em Benjamin Constant, município amazonense.

Depois, porém, disse que nasceu em outro local, mostrando documento colombiano com outro nome. Segundo os investigadores, havia ainda a suspeita de que “Colômbia” tivesse um documento peruano.

Posteriormente, as investigações concluíram que ele é natural de Puerto Nariño, na Colômbia — daí a origem de seu apelido.

“Colômbia” foi detido em julho por apresentar documento falso à PF. Em outubro, foi para prisão domiciliar após pagamento de fiança de R$ 15 mil, mas voltou a ser preso por descumprir regras em dezembro. Ele continua encarcerado.

Nesta semana, a PF o apontou como mandante dos assassinatos de Bruno e Dom. “Não tenho dúvida que o mandante foi o ‘Colômbia’. Temos provas de que ele fornecia as munições para Jefferson e Amarildo, as mesmas encontradas no caso. Ele pagou o advogado inicial de defesa do Amarildo [da Costa Oliveira]”, disse o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Fontes, no último dia 23.

O caso

Dom e Bruno desapareceram no Vale do Javari no início de junho. Depois de 24 horas sem dar notícias, as famílias de ambos fizeram o alerta pelas redes sociais e acionaram a polícia.

Os corpos foram encontrados 10 dias depois. Para o MPF, a possível motivação do crime está ligada à defesa dos direitos indígenas decorrente da atuação do indigenista Bruno Araújo no combate à pesca ilegal dentro da reserva indígena.

* Com informações da Agência Estado

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